Vanise Rezende - clique para ver seu perfil

BRASIL - ELEIÇÕES 2018 - MOVIMENTO POLÍTICO PELA UNIDADE

07 outubro, 2018

Queremos agradecer hoje, às centenas de leitores deste blog, não só do Brasil, mas de outros países como  Portugal, Moçambique,  Itália, França, Índia, Japão, Estados Unidos, e outros países da Europa, Ásia e da América Latina. 

Uma parcela desses leitores participa das comunidades do Movimento dos Focolares, de âmbito internacional, fundado por Chiara Lubich, que reconheceu como seu cofundador um ilustre e respeitado senador da república italiana, Igino Giordani.  

Tive a honra de conhecer o senador Giordani por seu desejo de dialogar com os primeiros e as primeiras brasileiras que aderiam como membros ativos do movimento, no Brasil, como Marluza Correia, Heleno Oliveira, Inês, Vera Araújo, Irami Bezerra, Tininha Cavaldanti e eu, entre outros. Eram os anos sessenta, e o movimento estava em seu período de maior difusão.

Da história de Igino Giordani sabemos que,  no período de governo fascista de Mussolini, ele se abrigou no Vaticano, protegendo-se da perseguição. A sua sabedoria e o seu testemunho pessoal foi de uma pessoa aberta à fraternidade e à solidariedade humana. Um cristão sábio, seguidor do chamamento de Jesus ao amor fraterno, mas, decididamente, um cristão lutador pela causa do seu povo e da democracia, que, como disse o Papa Francisco a um jesuíta, entendia que o amor fraterno requer que "sujamos as mãos" na política pelo bem-comum.

Conto esse fato para dizer da minha alegria, hoje, quando recebi do MPPU - Movimento Político pela Unidade - o seu manifesto pela democracia, diante dos "desafios do processo eleitoral tenso", convidando a todos a abrirem-se ao diálogo e às diversas propostas da sociedade democrática, para "fortalecer a coesão sociopolítica" e encontrar "soluções conjuntas" a este momento de crise que vivenciamos, no Brasil e no mundo. 

O Movimento Político pela Unidade convoca os seus membros a "discernir entre o que seja democrático e antidemocrático".  

A nota é incisiva no convite a se escolher uma prática de educação e aprendizado da "fraternidade política", e "repudia de forma veemente qualquer discurso, proposta, atitude ou prática antidemocrática que aceite romper com as regras do jogo democrático, negue a legitimidade dos oponentes, admita a restrição às liberdades civis, expresse opiniões francamente xenofóbicas e discriminatórias contra setores diversos da sociedade, cultive, incite e pratique a violência como solução para os vários problemas que enfrentamos, sustente e/ou se beneficie das estruturas públicas para práticas corruptas (durante e após as eleições)… e assim tantas outras atitudes e práticas que travam uma práxis político educativa (de povo) que seja fraterna, democrática". 

O MPPU mostra com clareza a sua preocupação quanto à candidatura candidatos à presidência da república do Sr. Jair Bolsonaro. Estendendo a confiança numa prática política de educação e aprendizado da "fraternidade política".

Segue a íntegra do manifesto.


Nota em apoio ao necessário diálogo político e

fraterno, que essas eleições e a democracia 

brasileira exigem da sua gente. 


“A política é o amor dos amores (...) ao criar e resguardar as condições que possibilitem com que as pessoas colaborem entre si, promovendo o encontro das necessidades com os recursos, infundindo em todos a confiança de uns nos outros”.
                                        Chiara Lubich



Somos diversos, somos muitos, somos diferentes. 
Nossa maior riqueza se encontra justamente nessa diversidade de rostos, cantares, sabores, histórias, sotaques, lutas, conquistas, alegrias e tantas outras marcas que nos distinguem enquanto povo. 

Nada mais natural, sendo o que somos, defendermos causas, ideias e projetos distintos para nosso país, muitas vezes antagônicos. Nada mais lógico que esse confronto de causas, ideias e projetos no espaço público, com propostas de mundo diversas, gere conflitos, tensões, lutas que são constitutivas desse espaço que é e deve ser gestado e ocupado por toda a sociedade. 

Nada mais necessário, então, compreendermos/aprendermos que o confronto de ideias e propostas no espaço público, sedimentados a partir do diálogo respeitoso e consciente, fortalece nosso aprendizado político, sustentando nossa jovem democracia. 

Imersos em um processo eleitoral que se apresenta tenso, resultado de um conjunto de crises - política, econômica, educacional e jurídica, que nos colocam diante de uma encruzilhada democrática - temos consciência da profundidade dos desafios que nos convocam nesse momento. 

Podemos divergir intensamente sobre os rumos das políticas econômicas, sociais ou ambientais, a qualidade deste ou daquele ator político, o acerto do nosso sistema legal nos mais variados temas e dos processos e decisões judiciais para sua aplicação. Nisso, estamos no terreno da democracia, da disputa legítima de ideias e projetos no debate público. 

Em momentos de crise, considerando as consequências históricas das nossas decisões, nossas escolhas devem refletir, mais que a nossa paixão, a nossa consciência, a nossa responsabilidade, a nossa esperança e luta por uma política que seja fraterna. 

Uma política fraterna, como quer e trabalha o Movimento Político pela Unidade, mantém as portas sempre abertas aos diversos projetos de sociedade representados pelas diversas ideologias políticas.  Contudo, uma política que se quer e deseja fraterna, deve necessariamente discernir entre o que seja democrático e antidemocrático e ter a capacidade e coragem de intensificar suas ações a favor do diálogo, da fraternidade. 

Nesse sentido, o Movimento Político pela Unidade, ao mesmo tempo que propõe, apoia e nos desafia (toda a sociedade – candidatos e eleitores) a vivermos uma prática política que nos eduque à fraternidade política, repudia de forma veemente qualquer discurso, proposta, atitude ou prática antidemocrática que aceite romper com as regras do jogo democrático, negue a legitimidade dos oponentes, admita a restrição às liberdades civis, expresse opiniões francamente xenofóbicas e discriminatórias contra setores diversos da sociedade, cultive, incite e pratique a violência como solução para os vários problemas que enfrentamos, sustente e/ou se beneficie das estruturas públicas para práticas corruptas (durante e após as eleições)… e assim tantas outras atitudes e práticas que travam uma práxis político educativa (de povo) que seja fraterna, democrática. 

Nessas eleições, o nosso voto atento, pensado, consciente, estudado, pode transformar uma política em crise (que sustenta uma cultura do privilégio que silencia a muitos) em uma política para o bem de todo o povo brasileiro (que sustenta uma cultura político fraterna). 

Nesse sentido, é de fundamental importância que escolhamos candidatos (Deputado Estadual, Deputado Federal, Senador, Governador, Presidente) que saibam dialogar, que pensem o bem de todos, que saibam viver a FRATERNIDADE na política. 

Em momentos de crise como esse que estamos vivendo, nos parece fundamental recuperarmos nosso horizonte político comum, de uma sociedade fraterna, livre e solidária, com igualdade de direitos e deveres, liberdades e oportunidades para todos. Reconhecer, nesse horizonte, o valor e a força da nossa diversidade e pluralidade supõe a presença e envolvimento de todos nós, passando ao largo de soluções fáceis, românticas ou mirabolantes. 

Esta é, certamente, uma tarefa de todos. Cada um e cada uma, cada grupo, organização e voz entre nós pode contribuir nessa construção. Mais que nunca, precisamos fortalecer nossa coesão social/política, ampliar e intensificar o diálogo fraterno (antídoto potente contra o fascismo), sustentar nossa confiança nas instituições políticas, aprofundar nossa capacidade de encontrarmos soluções conjuntas, de povo, para os muitos desafios que nos envolvem. 

Nosso desafio enquanto sociedade (família humana) passa urgentemente por ressignificar a política, recuperando seu papel fundamental de organização e espaço de interlocução em sociedades cada vez mais complexas e interligadas. Sedimentando, através da política, relações sociais fundadas na responsabilidade comum, inclusivas, horizontais, fraternas, ou simplesmente na esperança de um povo que se percebe capaz e responsável pelo que é e pelo seu futuro. Esse é um aprendizado político necessário, permanente.


                 Movimento Político pela Unidade do Brasil brasil@mppu.or.br




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