Após mobilização das mulheres, rejeição ao
candidato do PSL atinge 44% / Mulheres Unidas Contra Bolsonaro/Facebook/Reprodução
Saudação
aos leitores do “Espaço Poese” no Brasil, na América Latina, em Portugal,
Angola e Moçambique. Também da Alemanha, China, Espanha, Estados Unidos, França,
Índia, Itália, Irlanda, Japão e Rússia, e pelo mundo afora – onde vivem
brasileiras e brasileiros que participam da nossa luta em defesa da democracia,
da dignidade de todos nós, da autonomia do país, dos direitos dos cidadãos, da
liberdade e da paz.
Às
vésperas das eleições, estamos empenhados para votar em defesa dos direitos sociais e individuais conquistados ao longo da nossa história sociopolítica.
E alegramo-nos de vivenciar um momento de expressivo crescimento da participação
das mulheres, sem ódio e sem medo, na busca sincera da democracia e da paz social.
Abaixo,
reportamos o texto integral do Manifesto das Mulheres que se unem em contraposição a
um candidato de pensamento atrasado, caduco, mofado e antiliberal, baseado numa
infeliz ideologia discriminadora, autoritária e ultrapassada, distanciada dos valores
cultivados por um povo solidário, alegre, trabalhador, acolhedor e inclusivo.
#ELENÃO
Mulheres Unidas Contra
Bolsonaro lançam manifesto
Redação
Brasil
de Fato | São Paulo (SP)
Após mobilização das mulheres, rejeição ao
candidato do PSL atinge 44% / Mulheres Unidas Contra Bolsonaro/Facebook/Reprodução
A voz de
mais de três milhões de mulheres - organizadas inicialmente em uma comunidade
virtual no Facebook - se tornará neste sábado, 29, um grito de resistência pelas ruas do Brasil e do mundo.
O coletivo de mulheres acaba de divulgar seu manifesto contra o candidato Jair
Bolsonaro (PSL).
O documento
ressalta a diversidade do grupo e traz uma lista detalhada dos motivos que levaram
as mulheres brasileiras a lideraram a resistência democrática contra o fascismo
e o avanço do ódio.
A mobilização
das mulheres já começa a surtir efeitos nas pesquisas, e a
rejeição de Bolsonaro atingiu
46%. Além do
manifesto, diversas publicações trazem orientações de segurança para a
manifestação. Não deixe de ler
antes de sair de casa.
Confira a razão das mulheres brasileiras gritarem
juntas:
#EleNão! #EleNunca!
Por igualdade, liberdade, direito e uma vida
sem violência!
Quem somos?
Somos mulheres, milhões e diversas. Somos brasileiras e
imigrantes. Jovens e de cabelos brancos. Negras, brancas,
indígenas. Trans e travestis. Somos LGBTs, amamos homens, mulheres ou
ambos. Casadas e solteiras. Mães, filhas, avós. Somos trabalhadoras, donas de
casa, estudantes, artistas, funcionárias públicas, pequenas empresárias,
camelôs, sem teto, sem terra. Empregadas e desempregadas. Mulheres de
diferentes religiões e sem religião.
Estamos, hoje, juntas e de cabeça erguida nas ruas de todo o
Brasil porque um candidato à presidência do país, com um discurso
fundado no ódio, na intolerância, no autoritarismo e no atraso,
ameaça nossas conquistas e nossa já difícil existência. Estamos na rua
porque seu programa político econômico é um retrocesso, uma reprodução piorada
das políticas terríveis do Temer.
Quem é Jair Bolsonaro?
Jair Bolsonaro, atualmente do PSL, Deputado Federal há 27
anos, já foi filiado a 9 partidos e teve apenas dois Projetos de
Lei aprovados em toda sua vida política. Ele se apresenta como algo
“novo”, mas é, na verdade, mais um “político de
carreira” que trabalhou para eleger seus filhos e usufrui
de privilégios, como o imoral auxílio moradia, enquanto milhares de famílias
estão sem teto e lutam por um lugar digno para morar.
Por que somos contra
Bolsonaro?
1. Jair Bolsonaro despreza negros, indígenas, homossexuais e todas as
que lutam em defesa dos direitos das mulheres. Considera quilombolas
“vagabundos”. Faz apologia à cultura do estupro. Diz que o nascimento
de sua única filha mulher foi uma “fraquejada”. Insiste que não há nada a fazer
quanto à diferença salarial entre homens e mulheres. Para ele, dar “porrada” em
meninos impede que eles “se tornem” gays. Seu vice na chapa, o General Mourão,
declarou que famílias criadas por mães e avós são fábricas de
desajustados;
2. Votou a favor do congelamento dos gastos com saúde,
educação e assistência social por 20 anos. Promete aumentar impostos sobre
os pobres e reduzi-los para os ricos. Já anunciou uma onda de privatizações,
vendendo as estatais e todo patrimônio do povo brasileiro.
É um dos autores do
Projeto de Lei que defende que o SUS não é obrigado a atender mulheres
vítimas de abuso sexual.
É apoiador do projeto “Escola sem Partido”, que acaba
com a liberdade pedagógica e com o desenvolvimento do pensamento crítico em
relação à sociedade caótica que vivemos.
3. Votou a favor da Reforma Trabalhista e da Lei das Terceirizações, responsável por permitir que grávidas realizem
trabalhos insalubres, pelo aumento do desemprego e do trabalho informal, em
especial entre as mulheres negras. Já disse que “os trabalhadores devem
escolher entre ter direitos e ter empregos”.
Foi o único deputado a votar
contra a PEC das domésticas, que garantiu às empregadas direitos trabalhistas
básicos como o pagamento de hora extra e o recolhimento de FGTS. Já se
comprometeu a aprovar a Reforma da Previdência, que aumenta a idade
para se aposentar e iguala a idade entre mulheres e homens;
4. Defende o aprofundamento de um projeto de segurança pública falido,
que trata violência com mais violência e militarização. Projeto que é
implementado há muitos anos no Brasil, em especial no Rio de Janeiro, cidade
onde mais morrem civis e policiais em confrontos e
onde Marielle Franco e Anderson foram executados há mais de 6 meses,
crime ainda sem respostas. Defende a liberação do porte de armas, seguindo o
modelo dos EUA, país que tem os maiores índices de homicídio e suicídio, em
especial entre jovens;
5. Tem como candidato a Vice, um General que defende a tomada do poder
pelas Forças Armadas e a elaboração de uma nova Constituição sem
participação popular. É uma chapa que coloca, declaradamente, a democracia
em risco! Jair Bolsonaro é defensor da Ditadura Militar, afirmou que
o erro dos militares foi torturar em vez de matar e não esconde sua admiração
ao mais notório torturador do regime militar de 1964, o General Ustra.
Não queremos ditadura ou fascismo nem a ampliação da matança
policial-militar nas ruas, responsável pelo genocídio da juventude negra.
Queremos liberdade, igualdade, justiça social e direitos! Bolsonaro é
tudo que o Brasil não precisa para superar a crise e avançar.
Nós, mulheres diversas e unidas, defendemos o oposto do que
ele prega: defendemos o respeito às diferenças; o direito das mulheres de
viverem seguras e decidirem sobre o seu próprio corpo; defendemos salários
iguais entre homens e mulheres, entre negros e brancos; defendemos cotas para
os que foram historicamente injustiçados e prejudicados; defendemos serviços
públicos com qualidade para as mulheres pobres e seus filhos.
Defendemos a mais ampla liberdade de ensinar e de aprender, sem lei de
mordaça, seja na escola, ou na Universidade.
Defendemos que as pessoas sejam livres para amar e sejam respeitadas
por isso.
Defendemos o debate de ideias e a democracia.
Ele prega o ódio, nós pregamos o respeito. Ele defende a morte e a
tortura, nós defendemos a vida. Por isso dizemos:
Ele não! Nem os filhos! Bolsonaro Nunca! Fascismo não!"
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Fonte do texto: https://www.brasildefato.com.br/2018/09/27/mulheres-unidas-contra-bolsonaro-lancam-manifesto-sobre-ato-de-sabado-29/
Fonte do texto: https://www.brasildefato.com.br/2018/09/27/mulheres-unidas-contra-bolsonaro-lancam-manifesto-sobre-ato-de-sabado-29/
Edição: Diego Sartorato
Publicado em: 27 de setembro de 2018