Nesse tempo de programas de governo apresentados por alguns candidatos à presidência do Brasil - e de compromissos de campanha eleitoral - iniciaremos a postar, neste Espaço, matérias temáticas com informações sobre questões importantes, que deveriam merecer a atenção dos presidenciáveis de boa fé, interessados a nos trazer tempos mais esperançosos ao país.
Hoje tratamos da fome. A fome de comida e de educação, de trabalho e de espaço para viver, da saúde que não está, igualmente, ao alcance de todos, como todos deveríamos merecer. A grande maioria da população brasileira, ensaiou essa possibilidade nos anos de governos anteriores ao atual. E veio perdendo essa possibilidade esperançosa, mesmo com relação aos seus direitos fundamentais. Essas pessoas, nós as encontramos todos os dias, talvez sem perceber o tamanho das suas necessidades.
Tive uma experiência recente, que me levou a perceber mais de perto essa questão. Peguei um táxi - não desses que circulam pela rua, mas chamado por telefone, no ponto de um bairro residencial da classe média alta. Conversando com o motorista, fiquei sabendo que o carro não era dele, era "alugado".
O sistema desse "aluguel" funciona de modo que, numa determinada hora, ele deve devolver o veículo e pagar, ao proprietário, um valor diário pré-determinado. No caso dele não conseguir alcançar esse valor, com as corridas do dia, acumula a sua dívida com o "patrão". A gasolina? Também é por conta do motorista.
O proprietário, esse sim, digamos que tenha comprado dois, três ou mais carros, e usado esse mesmo sistema iníquo de "aluguel". O valor diário fixado, vem às suas mãos, mesmo se ele passe o dia deitado na rede da varanda do seu apartamento. Mas, por que certas pessoas se submetem a esse tipo de contrato? Estão desempregadas. E as contas, na família, são as de sempre. Não têm outra fonte de renda, ou não basta o que o companheiro ou a companheira esteja recebendo de um outro trabalho precário como esse. Resta-lhe aceitar o sistema da Casa Grande e Senzala. Simples assim.
E as ações governamentais para inibir tamanha violência contratual de trabalho escravo, como tantos outros?
Hoje tratamos de Desigualdade Social.
E as ações governamentais para inibir tamanha violência contratual de trabalho escravo, como tantos outros?
Hoje tratamos de Desigualdade Social.
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Política / Desigualdade
Uma em cada nove pessoas no mundo passa
fome, diz ONU
Publicado em 11/09/2018
O Brasil
está entre os 51 países mais expostos a extremos climáticos e, portanto, mais
suscetíveis ao aumento de casos de desnutrição - Antes de voltar a subir, nível mundial de fome vinha recuando há cerca
de uma década.
O número de pessoas afetadas por
desnutrição, mundo afora, aumentou pelo terceiro ano consecutivo, em 2017,
retrocedendo a níveis de uma década atrás, aponta um relatório publicado por
agências da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira 11. Um total
de 821 milhões de pessoas, ou uma em cada nove no planeta, não tem o suficiente
para comer. Em 2016, 804 milhões de pessoas estavam nessa situação.
Mundo afora, quase 151 milhões de
crianças com menos de cinco anos de idade sofreram de desnutrição no ano
passado, ou 22% das crianças no mundo. Ao mesmo tempo, 672 milhões de adultos
no mundo – um em cada oito – estão obesos, ante 600 milhões em 2014.
No Brasil, a
situação é considerada estável nos últimos anos, e o problema atinge hoje 2,5% da população. De 2004 a 2006, a taxa registrada foi de 4,6%. Ao mesmo tempo,
aumentou a percentagem de adultos obesos no país, de 19,9% em 2012 para 22,3%
em 2018.
De acordo com a ONU, mudanças
climáticas e a ocorrência de conflitos impulsionam o retrocesso. A maior
variabilidade nas temperaturas usuais, chuvas intensas e mudanças no padrão das
estações, impactam a quantidade e a qualidade de comida disponível e afetam
principalmente os mais pobres.
O Brasil, por exemplo, registrou nos
últimos anos várias ocorrências de temperaturas extremas em áreas destinadas à
agricultura e estiagens mais frequentes. O país está entre os 51 listados no
relatório da ONU de 2017, como mais expostos a extremos climáticos e, portanto,
mais suscetível ao aumento de casos de desnutrição.
A situação tem piorado principalmente
na América do Sul e na maior parte da África, enquanto, na Ásia, a situação é
estável na maioria das regiões. A Ásia tem o maior número de pessoas
desnutridas no mundo – de 515 milhões – devido ao tamanho de sua população.
Em termos relativos, o leste da África
é a região mais afetada, com 31,4% da população classificada como desnutrida.
Na América do Sul, 5% das pessoas se enquadram na categoria.
Na América
do Sul, a ONU apontou a queda no preço de commodities, como o petróleo,
como o provável motivo das maiores taxas de desnutrição, já que houve menos recursos
disponíveis para importação de comida e investimentos na economia. A
falta de alimentos levou cerca de 2,3 milhões de pessoas a fugir da Venezuela até junho, afirmou a ONU.
O relatório foi publicado conjuntamente
pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), pelo
Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), pelo Fundo das Nações
Unidas para a Infância (Unicef), pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA) e
pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
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Fonte do texto:
Créditos das Imagens:
Foto de: T.Karumba/AFP
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