Certa vez, uma psicanalista do CPPL –Centro de Pesquisa em Psicanálise e Linguagem, com sede no Recife – foi entrevistada por um dos canais de TV local. Queriam o seu parecer sobre uma informação que lhes parecia inusitada.
A polícia mandara instalar algumas câmaras de vídeo, em vários pontos do centro da cidade, no intuito de identificar os focos de violência na área. Mas, quando os responsáveis foram analisar as cenas gravadas tiveram uma surpresa: as imagens da maior parte das ocorrências mostravam significativas atitudes de solidariedade. Muitos ajudavam pessoas idosas a atravessar a rua, as crianças eram atendidas com carinho pelo pipoqueiro, pessoas recebiam orientação sobre as ruas que procuravam, e até um rapaz que tinha caído da bicicleta foi acudido por um outro que passava ao seu lado. Nesse caso, o que impressionou foi que os dois rapazes usavam camisas de times adversários de futebol.
Na entrevista, o comentário da psicanalista Letícia Rezende foi que se tratava de uma característica cultural dos cidadãos mais simples que circulam na cidade, e que eles vão aprendendo a solidariedade recíproca: "gentileza gera gentileza", ela lembrou, na ocasião.
Esse fato – tão significativo para o momento que se vivia – chegou a ser divulgado no Jornal Nacional.
Hoje, no entanto, vivemos em tempos de graves enredos com perseguições e acordos ideologizados entre tribunais de justiça e perseguidores. Com a proximidade das eleições, o que se ouve e se lê são expressões extremas de ódio de todos os lados.
Hoje, no entanto, vivemos em tempos de graves enredos com perseguições e acordos ideologizados entre tribunais de justiça e perseguidores. Com a proximidade das eleições, o que se ouve e se lê são expressões extremas de ódio de todos os lados.
Recentemente, o grave evento com o candidato Bolsonaro em Juiz de Fora, nos tomou de surpresa. O candidato do PSL à presidência da república sofreu um violento golpe de faca, quando era carregado nos braços do povo que o apoiava.
Diversos comentários analisaram esse fato abominável. Agora, os canais da mídia comprometida com a cidadania, falam de uma reação semelhante à que comentamos acima, infelizmente com um viés oposto ao enunciado pela psicanalista do CPPL: o ódio esbravejado do candidato do PSL teria talvez provocado a inesperada e triste violência de que ele próprio foi vítima.
"Um cara que prega o ódio recebeu uma resposta de ódio", lamentou, desta vez, a psicanalista Maria Rita Kehl, referindo-se ao ataque a faca contra Jair Bolsonaro.
Segue a reprodução da informação citada.
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Ataque a Bolsonaro é "resposta de ódio" a quem "prega o ódio", diz Maria Rita Kehl
Candidato do PSL
sofreu ferimento no abdômen após ter sido perfurado com faca durante ato de
campanha em Minas Gerais
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Por: Redação Brasil de Fato - 08/09/2018
“Um
cara que prega o ódio recebeu uma resposta de ódio", lamentou, ao Brasil
de Fato, a psicanalista Maria Rita Kehl em referência ao ataque a faca
contra o candidato a presidente pelo PSL, Jair Bolsonaro, nesta quinta-feira
(6) em Juiz de Fora (MG), durante um ato de campanha em um centro comercial da
cidade.
Enquanto era carregado nos ombros por um de seus seguranças, Bolsonaro
foi perfurado por uma faca na região do abdômen e foi levado à Santa Casa, onde
passou por uma cirurgia para reparar perfurações nos intestinos grosso e
delgado, segundo informações repassadas pelo hospital à imprensa.
O
autor do ataque foi cercado por apoiadores de Bolsonaro e detido ainda no
local, antes de ser encaminhado à delegacia. Segundo informações de policiais
militares no local, ele teria afirmado que a iniciativa do ataque foi
individual, por discordâncias com as ideias defendidas pelo candidato em sua
campanha.
"Me
parece que quando o dispositivo da democracia entra em descrédito, como a
manobra para tirar a Dilma - que já foi picaretagem, por exemplo - depois a
prisão do Lula - uma coisa totalmente arbitrária, que mesmo quem está a favor
sabe que é uma jogada suja, que é um 'gol de mão', enfim, as pessoas começam
a apelar. A violência nas ruas aumenta, a violência contra as mulheres aumenta, a 'psicopatização' da sociedade como um todo aumenta", analisou a
psicanalista.
Perfil
Bolsonaro é uma figura conhecida pelo discurso repleto de preconceitos contra mulheres, negros e pobres, além de atacar com rancor movimentos populares como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), além dos partidos identificados com a esquerda.
Bolsonaro é uma figura conhecida pelo discurso repleto de preconceitos contra mulheres, negros e pobres, além de atacar com rancor movimentos populares como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), além dos partidos identificados com a esquerda.
Há
uma semana, durante ato de campanha no Acre, Bolsonaro prometeu a seus
apoiadores que, após a vitória eleitoral, iriam "fuzilar a
petralhada", em menção aos militantes do Partido dos Trabalhadores (PT). A
facilitação do porte de armas para civis é uma das principais bandeiras da
campanha do militar da reserva, para que cidadãos possam reagir à criminalidade
por conta própria, e fazendeiros possam atacar movimentos populares do campo.
O discurso pró-violência de Bolsonaro - que tem despontado como principal nome da extrema direita desde a última eleição presidencial - acompanha o aumento da violência nas relações políticas no país. Em abril deste ano, o violento assassinato da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro, chocou o país. Ela foi alvejada por tiros ao lado do motorista Anderson Gomes, em seu carro, quando voltava de um debate político com mulheres negras. A polícia ainda não localizou os autores do assassinato ou os mandantes, embora haja suspeita de envolvimento de milícias.
O discurso pró-violência de Bolsonaro - que tem despontado como principal nome da extrema direita desde a última eleição presidencial - acompanha o aumento da violência nas relações políticas no país. Em abril deste ano, o violento assassinato da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro, chocou o país. Ela foi alvejada por tiros ao lado do motorista Anderson Gomes, em seu carro, quando voltava de um debate político com mulheres negras. A polícia ainda não localizou os autores do assassinato ou os mandantes, embora haja suspeita de envolvimento de milícias.
Em
março deste ano, a caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi alvejada por
tiros enquanto visitava estados da região Sul do país; em 2015, uma bomba
caseira foi arremessada contra a sede do Instituto Lula, em São Paulo.
*Publicado originalmente no Brasil de Fato - Edição: Diego Sartorato
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Fonte do texto:
https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Eleicoes/Ataque-a-Bolsonaro-e-resposta-de-odio-a-quem-prega-o-odio-diz-Maria-Rita-Kehl/60/41662
https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Eleicoes/Ataque-a-Bolsonaro-e-resposta-de-odio-a-quem-prega-o-odio-diz-Maria-Rita-Kehl/60/41662
Créditos das imagens:
1. Solidariedade - www.canstockphoto.com.br
2. Letícia Rezende de Araújo - psicanalista - arquivo do blog.
3. Ataque a Bolsonaro é registrado pelas pessoas que acompanhavam ato - reprodução de imagem do texto.
Nota: Todas as imagens, aqui publicadas, pertencem aos seus autores. Se alguém possui os direitos de uma delas e deseja que seja removida desse espaço, por favor entre em contato com: vrblog@hotmail.com
2. Letícia Rezende de Araújo - psicanalista - arquivo do blog.
3. Ataque a Bolsonaro é registrado pelas pessoas que acompanhavam ato - reprodução de imagem do texto.
4. Psicanalista Maria Rita Kehl - reprodução de imagem do artigo de Brasil de Fato.
Nota: Todas as imagens, aqui publicadas, pertencem aos seus autores. Se alguém possui os direitos de uma delas e deseja que seja removida desse espaço, por favor entre em contato com: vrblog@hotmail.com
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