Vanise Rezende - clique para ver seu perfil

A FORÇA POLÍTICA DOS MOVIMENTOS POPULARES

24 junho, 2016


Transcrevo, aqui, trechos de um recente artigo - publicado no site Adital - de autoria do dominicano Frei Marcos Sassatelli, que nos convida a responder aos apelos do Papa Francisco a todos os cristãos, - também por este difícil momento por que passamos na América Latina. O papa nos anima a participar das mobilizações dos Movimentos Populares, como expressão do nosso compromisso político em relação às consequências das perdas e danos que a cada dia são mais evidentes, também no Brasil, e crescem cada vez mais em detrimento especialmente dos empobrecidos. 

O convite do Papa Francisco é certamente dirigido também a qualquer pessoa que se interesse pelo destino dos povos sofridos, ludibriados e desalentados, com tantas ridículas manobras para fortalecer a centralidade do poder e impulsionar o enriquecimento daqueles cujo ídolo é a riqueza por meio da exploração dos mais vulneráveis da sociedade

Segue o texto do Frei Marcos Sassatelli.

Num clima de indignação e protesto contra a prisão política (em 04/06/2016), de José Valdir Misnerovicz e Luiz Batista Borges, do MST, houve em Goiânia dois acontecimentos muito significativos sobre o tema da criminalização dos Movimentos Populares: uma Audiência Pública na Assembleia Legislativa de Goiás, e um debate na Faculdade de Direito da UFG (com a presença de João Pedro Stedile, do MST).

Participaram desses acontecimentos líderes e membros de Movimentos Populares, Centrais de Movimentos Populares, Sindicatos, Centrais Sindicais, Partidos Políticos (comprometidos com a mudança do sistema e a construção do Projeto Político Popular) e outras entidades ou organizações (civis e religiosas), que apoiam e participam das lutas dos trabalhadores e das trabalhadoras.


Pessoalmente, o que mais me emocionou e edificou - quero aqui destacar - são duas coisas: a unidade dos Movimentos Populares em torno de causas comuns, mesmo na diversidade de suas histórias e identidades, e a presença - sobretudo entre as lideranças - de muitos e muitas jovens. São acontecimentos como esses que fortalecem a nossa esperança e nos fazem acreditar que outro mundo é possível. (...)


Falando aos Movimentos Populares, o Papa Francisco afirma: "A Bíblia lembra-nos que Deus escuta o clamor do seu povo, e também eu quero voltar a unir a minha voz à de vocês: terra, teto e trabalho para todos os nossos irmãos e irmãs. Disse-o e repito: são direitos sagrados. Vale a pena, vale a pena lutar por eles. Que o clamor dos excluídos seja escutado na América Latina e em toda a terra”.



Como pessoa de fé e religioso - que acredita na Boa Notícia de Jesus de Nazaré, que é o Reino de Deus na história do ser humano e do mundo - estou convencido que os cristãos e as cristãs deveriam - em nome não só de sua consciência cidadã, mas também de sua fé - participar ativamente dos Movimentos Populares (reconhecendo e respeitando sua autonomia) e estar sempre na linha de frente de todas as lutas sociais e ambientais por uma sociedade mais justa e igualitária. 



Em seu discurso aos Movimentos Populares na Bolívia, com muita clareza e com palavras cheias de ternura, Francisco diz: "Há alguns meses nos reunimos em Roma e não esqueço aquele nosso primeiro encontro. Durante este tempo, estive com vocês no meu coração e nas minhas orações. Alegra-me vê-los de novo aqui, debatendo os melhores caminhos para superar as graves situações de injustiça que padecem os excluídos em todo o mundo. 


Em Roma senti algo muito bonito: fraternidade, paixão, entrega, sede de justiça. Hoje, em Santa Cruz de la Sierra, volto a sentir o mesmo. Obrigado! Soube também que são muitos na Igreja aqueles que se sentem mais próximos dos Movimentos Populares. Muito me alegro por isso! 

Ver a Igreja com as portas abertas a todos vocês, que se envolve, acompanha e consegue efetivar em cada diocese e em cada Comissão ‘Justiça e Paz’, uma colaboração real, permanente e comprometida com os Movimentos Populares. Convido-os a todos, bispos, sacerdotes e leigos, juntamente com as Organizações Sociais das periferias urbanas e rurais, a aprofundar este encontro” (Santa Cruz de la Sierra, 9/07/2015). 


Reparem: o convite do Papa é dirigido aos bispos, sacerdotes e leigos. 

Não está na hora de ouvirmos e atendermos ao convite do Papa? 

Por que será que temos ainda bispos e sacerdotes que nunca falam dos Movimentos Populares e nunca participam de suas lutas por uma nova sociedade mais justa e mais igualitária?

O papa Francisco afirma que "o sistema social e econômico é injusto em sua raiz” e "um mal embrenhado nas estruturas”. 

No documento "A Alegria do Evangelho - EG, 53 e 59 -  o papa declara que "devemos dizer não a uma economia da exclusão e da desigualdade social”, porque "essa economia mata”. E que ”hoje, tudo entra no jogo da competitividade e da lei do mais forte, em que o poderoso engole o mais fraco”. "O ser humano - ele afirma é considerado, em si mesmo, como um bem de consumo que se pode usar e depois jogar fora”... "Assim teve início a cultura do ‘descartável’ (...). "Os excluídos não são só explorados, mas são tratados como resíduos e sobras”. (...)



O nosso irmão Francisco também nos recorda que "a necessidade de resolver as causas estruturais da pobreza não pode esperar”. (...)  No seu discurso aos Movimentos Populares da Bolívia, ele diz: "Os planos de assistência social - que acodem a certas emergências - deveriam ser pensados apenas como respostas transitórias. Jamais poderão substituir a verdadeira inclusão; uma inclusão que oferece o trabalho digno, livre, criativo, participativo e solidário”. (...)

Achar que as "Obras Sociais" resolvem os problemas do mundo é uma alienação e, ao mesmo tempo, uma maneira de legitimar, consciente ou inconscientemente, o sistema dominante. Parabéns aos Movimentos Populares! O mundo conta com vocês! E, mais uma vez,  o nosso irrestrito apoio e a nossa total solidariedade a José Valdir e Luiz Batista do MST, presos políticos em Goiás.

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Fr. Marcos Sassatelli, Frade dominicano
Doutor em Filosofia (USP) e em Teologia Moral (Assunção - SP)
Professor aposentado de Filosofia da UFG
E-mail: mpsassatelli@uol.com.br


Créditos Imagens

1. Operários - Tarcila Amaral - www.shutterstock.com
                     in: notícias universais-brasil-al - 22/05/2012
2.  Trabalhadores Rurais - Abelardo da Hora (foto em exposição do autor).
3.  Manifestação no Brasil em 1984 - "Nós Mulheres" - www.oatibaiense.com.br
4.  Zilda Arns com crianças - www.istoeimagens.com.br
5.  Dom Pedro Casaldaliga - www.periodistadigital.com
6.  Papa Francisco almoça com funcinários do Vaticano. Reuters. Osservatore          Romano. www.fidespress.com/papa-francisco-almoça-com-funcionários
7. Retirantes - arte com pedras. Nizar-Ali-Badr-pebble-stories.Lataka/Síria.
8. Dom Hélder Câmara, no Recife, conversa com uma mulher - foto documental.



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ESPIRITUALIDADE - DAS TREVAS À LUZ

17 junho, 2016

Caro irmão Leonardo Boff: quero expressar a minha gratidão e a alegria de poder compartilhar neste blog – como faço repetidamente com o que escreves – essa profunda meditação da Luz. Você acertou quando a partilhou com os que leem o seu blog no mundo inteiro, mas especialmente com os brasileiros, aturdidos que estamos por essa treva política e institucional que nos deixa tão triste, embora sempre com algum lampejo de Luz, como você diz. 

Chegará o dia de acendermos um fósforo que seja – e pedir ao Espírito da Luz que a faça chegar em breve – pois sabemos que as trapalhadas desse governo golpista só têm de bom as lições que o povo está aprendendo: de que  precisamos continuar a manter e a defender – mesmo se algumas vezes de forma capenga – as instituições democráticas do pais.

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No seio das trevas atuais,

abra-te à Luz do Alto!
Leonardo Boff

Depois de semanas de turbulência política, onde dominaram densas trevas feitas de distorções, vontade de destruir e raivas viscerais, mas felizmente com alguns lampejos de luz, escrevemos esta meditação da Luz. Ela até hoje é para os cosmólogos um mistério ainda indecifrável. Só a entendemos um pouco pensando-a ora como onda ora como partícula.

Independentemente desta imponderabilidade sobre a natureza da Luz, professamos a crença inarredável de que a Luz tem mais direito do que as trevas. Basta a pequena luz de um fósforo aceso para espancar a escuridão de toda uma sala.

Foi o que nos moveu a publicar, recata e reverentemente, esta pequena reflexão inspirada pela prática dos cristãos do norte do Egito, influenciados pela cultura gnóstica da época, mas assimilada dentro da compreensão cristã que via na Luz a presença do Espírito Criador.

Do fundo mais profundo do universo nos vem uma Luz misteriosa. Ela incide sobre a nossa cabeça, exatamente onde temos o corpo caloso, aquela parte que separa o cérebro esquerdo do direito. Essa separação é a fonte de nossas dualidades, por um lado o sentimento e por outro o pensamento, por um lado a capacidade de análise e por outro nossa capacidade de síntese, por um lado o senso de objetividade e por outro, da subjetividade, por um lado o mundo dos fins e por outro o universo do sentido e da espiritualidade.


A Luz beatíssima do Alto suspende a separação dos cérebros e opera a união. Pensamos amando 
amamos pensando. 

Trabalhamos fazendo poemas. Combinamos arte com lazer. Mas sob uma condição, a de nos abrimos totalmente à Luz do Alto. 

“Acolha a Luz misteriosa que atravessa todo o universo e chega até a ti! Faça-a correr por todo o teu corpo, pela cabeça, pelos olhos, pelos pulmões, pelo coração, pelos intestinos, por teus órgãos genitais. Faça-a descer pelas pernas, detenha-a nos joelhos, e, por um momento, fixe-a nos pés, pois são eles que te sustentam”.

“E suba com ela, passando por todo o corpo, dirija-a novamente ao coração para que de lá te venham os bons sentimentos de amor e de compaixão. Faça-a ascender até ao meio da testa, àquilo que chamamos de o terceiro olho. Ela lhe trará pensamentos luminosos. Por fim deixe-a repousar no alto da cabeça”.
“De lá ela encherá de luz todo o teu corpo. Ela abrir-se-á a todo o universo, conferindo-te a sensação de seres um com o Todo. Superar-se-ão  as dualidades e farás a experiência bem-aventurada da unidade originária de tudo o que existe e vive. E conhecerás uma paz que é a integração das partes no Todo e do Todo nas partes. E de ti sairá uma luz como aquela do primeiro momento da criação. Conhecerás, mesmo que seja por um momento, o que é ser feliz em plenitude”.


“Por fim, agradeça a presença transformadora da Luz do Alto. Deixe-a sair para o seio do Mistério de onde veio”. No entanto, escute este conselho. Prepara-te sempre para acolhê-la. Pois ela nunca deixa de vir. E se não tiveres aberto todo o teu ser, ela passa ao largo e tu, estranhamente, te sentirás vazio, com um sentimento de falta de rumo e de sentido”.
“Sempre que acolheres a Luz beatíssima, irradiarás bondade e benquerença. E todos se sentirão bem junto de ti.”
“Abra-te inteiramente à Luz até tu mesmo virares plena luz”.
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Texto publicado no site Leonardo BOFF, em 11/06/2016.
Leonardo Boff escreveu “Meditação da Luz - O caminho da simplicidade”. Vozes, 2012.

Créditos Imagens

1. Pombas em voo - www.canstockphoto.com.br
2. Manifestação em protesto contra o governo interino - 
     www.jornalapagina.com/2016/05/manifestantes em São Paulo.
3. Pirâmides do Egito- o deserto e o oasis - br.pinterest.com 

Imagens 4.5.e 6 - www.canstockphoto.com.br

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SPIRITUALITÀ - LA LUCE CHE VIENE DALL´ ALTO

16 junho, 2016

Caro grande fratello Leonardo Boff: vorrei esprimerti la mia gratitudine e la gioia di diffondere nel mio blog – come faccio ripetutamente con  quello che scrivi – questa profonda meditazione sulla Luce. Hai azzeccato quando
l´hai divulgata con tutti quelli che ti legono, nel mondo intero, ma in modo particolare nel Brasile, che stiamo frastornati dalla tenebra politica e istituzionale che ora viviamo. Arriverà il giorno di accendere un fiammifero che sia – e chiediamo allo Spirito della Luce che la faccia arrivare in breve – perchè sappiamo che i pasticci delle azioni di questo governo provvisorio hanno solo di positivo le lezioni che il popolo imparerà: l´importanza di continuare a diffendere e di mantenere – anche se qualche volta a zoppicare – le istituzioni democratiche del nostro paese. 
Segue l´articolo. 





Siamo immersi in  
tenebra fonda, 

accogliamo la 

luce che viene

dall’Alto! 

Leonardo Boff




Dopo settimane di turbolenza politica dove hanno imperversato dense tenebre fatte di distorsioni, volontà di distruzione e rabbie viscerali, ma per fortuna con qualche sciabolata di Luce, scriviamo questa meditazione sulla Luce. Questa fino a oggi è per i cosmologhi un mistero ancora indecifrabile. La comprendiamo soltanto un poco, immaginandola a volte come onda a volte come particella.

Indipendentemente da questa imprecisione sulla natura della Luce, professiamo una convinzione incrollabile che la Luce ha più diritto delle tenebre. Basta la piccola luce di un fiammifero acceso per vincere l’oscurità di un’ intera sala.
Ciò mi ha mosso a pubblicare,  con riverente rispetto, questa piccola riflessione ispirata nella pratica dei cristiani del Nord dell´Egito influenzati dalla cultura gnostica dell´epoca, ma assimilata dalla comprensione cristiana che vedeva nella Luce la presenza dello Spirito Creatore. 

Dal fondo più profondo dell’universo ci arriva una luce misteriosa. Essa colpisce la nostra testa esattamente dove abbiamo il corpo calloso, quella parte che separa il cervello sinistro da quello destro. 

Questa separazione è la fonte delle nostre dualità, da una parte il sentimento e dall’altra il pensiero, da un lato la capacità di analisi e dall´altro di sintesi, da un lato il senso di oggettività, e dall´altro di soggettività, da una parte il mondo dei fini e dall’altra  l’universo del senso e della spiritualità.

La Luce beatissima di Lassù blocca la separazione dei cervelli e opera l’unione. Pensiamo mentre amiamo e amiamo pensando. Lavoriamo creando poesie. Combiniamo l’arte e il gioco. Ma a una condizione, quella di aprirci totalmente alla Luce che viene dall’ Alto. Accogli la Luce misteriosa che attraversa tutto l’universo e arriva fino a te! 


Falla scorrere per tutto il tuo corpo, sul capo, sugli occhi, nei polmoni, attraverso il cuore, attraverso gli intestini, fino ai tuoi organi genitali. 

Falla scendere attraverso le gambe, trattienila sulle ginocchia, e, per un momento, bloccala ai piedi, perché sono loro che ti tengono su.
E sali con lei, passando attraverso tutto il corpo, indirizzala nuovamente al cuore, affinché di là ti vengano i buoni sentimenti di amore e di compassione. 

Falla risalire fino a metà del fronte, a quello che noi chiamiamo terzo occhio. Essa ti porterà pensieri luminosi. Infine lascia che si posi sulla parte alta del capo.

Da lì essa riempirà di luce tutto  il  tuo  corpo e si aprirà a tutto l’universo, concedendoti la sensazione che sei una cosa sola con il Tutto. 


Saranno superate le dualità e farai la felice esperienza dell’unità originaria di tutto ciò che esiste e vive. 

E conoscerai una pace che è l’integrazione delle parti nel Tutto e del Tutto nelle parti. 

E da te uscirà una luce come quella del primo momento della creazione. Conoscerai, anche se sarà per un solo momento, che cosa sia essere felice in pienezza.

Infine, ringrazia la presenza trasformatrice della Luce che viene dall’Alto. Lasciala uscire verso il seno del Mistero da dove è venuta.

Nel frattempo ascolta questo consiglio. Sii sempre preparato ad accoglierla. Poichè essa non cessa mai di venire. E se non avrai spalancato tutto il tuo essere, lei passa alla larga, e tu, stranamente, ti sentirai vuoto, con un sentimento privo di meta e di senso.

Tutte le volte che avrai accolto la Luce beatissima, irradierai bontà e affezione. E tutti si sentiranno bene vicino a te.

Apriti interamente alla Luce fino a quando tu stesso diventerai pienezza di Luce.


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Leonardo Boff  è scrittore, filosofo, teologo e colonnista del JB on line.
Traduzione originale di Romano Baraglia e Lidia Arato, con rilettura di Vanise Rezende, esclusiva per pubblicazione in questo blog.  

Crediti Immagini

1. Leonardo Boff - www.redebrasilatual.com.br/politica/2015/03/democracia
2. Esplosione di Luce - www.canstockphoto.com.br
3. Cerebri - www.canstockphoto.com.br
4. Figura umana avvolta di Luce - www.canstockphoto.com.br
5. Voos sobre a luz - www.canstockphoto.com.br
6. Anunciazione - Fra Angelico. 
    in: www.noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2012/06/14



ECONOMIA DI COMUNIONE - ASSESTAMENTO BRANQUINHA - AL

11 junho, 2016

Da circa vent´anni si è iniziata una storia di contadini – nel municipio di Branquinha (stato di Alagoas), Nord-est del Brasile – che sono stati scacciati di quelle terre abbandonate, occupate da loro per produrre viveri di sussistenza. 

Allo stesso modo che nei tempi della colonizzazione gli “scopritori” della “Terra di Santa Croce” hanno espulsato i popoli indigeni dai campi che coltivavano, oggi gli occupanti di terre non coltivate sono espulsi dai “signori” di forma ilegale e violenta.

Il nome Zumbi dei Palmares – dato allo assestamento ufficiale delle terre incolte un giorno conquistate da quelli contadini – è un omaggio a uno dei grandi leader della resistenza degli schiavi neri nel “Quilombo dos Palmares”, in Alagoas. Il giorno della sua morte – 20 novembre – si comemora, in Brasile, il giorno della coscienza nera.




L´occupazione si è seguida dell´assestamento ufficiale delle terre in diverse proprietà, proprio lì dove passa il fiume della Bianca. Era l´anno 1996. Le famiglie dei contadini stanno abituate a raccontare la loro storia, e non dimenticano i diversi apoggi che hanno ricevuto da quando è stata rializzata una ricerca, negli anni 2000, dalla professoressa Cristina Lira, dell´Unversità Federale di Alagoas.




Tutto è stato iniziato con un´audace domanda fata dai contadini alla chiusura del suo lavoro. Al momento di ringraziare la collaborazione dei contadini, la professoressa è stata sfidata:Ora che ci conosci, e sai la nostra situazione, ci lascerai soli?

Non sono stati abandonati.
La professoressa – apoggiata dal Movimento dei Focolari al cuale appartiene – ha cercato degli appoggi per quella comunità. Non solo l´Università Federale di Alagoas, ma anche la Seagri – Segreteria dell´Agricoltura di Alagoass ed il Sebrae – Servizo Brasiliano di Appoggio ai Micro e Piccoli Imprendimenti, e anche l´Emater, (una statale di attenzione ai campesini) hanno collaborato con diversi corsi ed informazioni tecniche per lo sviluppo del loro lavoro.


Più tarde l´Istituto Mondo Unito ha concepito um progetto per strutturare le attività dell´Aproagro – l´Associazione agroecologica della comunità che oggi conta con cerca di venti famiglie di produttori agroecologici, alcuni di loro con certifica per vendere dei prodotti nei mercati dei municipi vicini.


L´Aproagro è stata premiata da poco con un camion per il trasporto dei suoi prodotti ai punti di vendita. Sembra una conquista inusitata in un processo di lotta così disuguale. Ma è stato giustamente il riconoscimento della sua storia de resistenza e di conquiste che la hanno messa tra le associazzioni che hanno meritato la premiazione. Comunque,  ancora hanno delle necessità latenti.


In conversazione con delle donne, ho domandato loro su l´appoggio che hanno ricevuto per imparare come organizzare la loro produzione e la vendita dei loro prodotti. La risposta fu immediata e molto chiara: “La professoressa Cristina è stata una ponte per noi. Tutto si è iniziato con lei.”
“Noi prima  eravamo già organizzate, ma non sapevamo come migliorare, pensare il lavoro concreto della terra. Lei ha trovato opportunità di formazione per noi, perchè imparassimo ad arrivare dove volevamo. Noi volevamo, ma non sapevamo come arrivare là.”
 – Abbiamo avuto corsi per imparare a organizzare un negozio – questa cosa di coltivare, calcolare il valore del prodotto e metterlo nel mercato... Abbiamo imparato che per trovare il valore del prodotto tu devi pensare non solo al lavoro della produzione, ma anche all´energia che ci mettiamo per curare la terra.”
La piccola chiesa e la sede dell´associazione (una sala, un spazio adetto alla cucina ed un piccolo bagno) sono stati costruiti nell´area delle edificazioni comuni della terra occupata. La sede è semplice, però adetta alla realizzazione di riunioni e ai lavori di segreteria della associazione.

L´Aproagro s`incorpora al sistema produttivo locale adotato dal município per la produzione di arangi e di banane. 

Alcune famiglie dell´Aproagro hanno conquistato il sigillo della produzione di organici, con diritto alla venda dei loro prodotti nei mercati dei municipi vicini. l 



I buoni risultati della produzione e la vendita nei mercati apperti sono visibili. 

La qualità delle case delle famiglie è una prova incontabile  dei risultati della loro attività, anche se la demanda di acquisto dei municipi sia ancora più grande che l´offerta.

Il dono è un´atittudine presente alla cultura della associazione. Il camion, per esempio, non solo concorre a portare i loro prodotti  alle città vicine, ma è un bene che serve anche ad altri produtori agroecologici che lo approffitano per portare la loro produzione.

Nel percorso della nostra visita, le donne hanno avuto che affrontare dei “nemici” molti esperti, come gli atuali membri dell´Associazione Zumbi dei Palmares, dalla quale anche loro fanno parte. Sono degli uomini che – fondati nell´eredità profonda del maschilismo culturale resistente e violento  – non sopportono vedere le donne organizzandosi e crescendo per il loro proprio conto, il che provoca atittudini d´invidia e di cattiveria contro di loro.

Infatti, sono arrivati di sorpresa per distruggere una protezione,  iniziata dalla comunità, intorno alla piccola chiesa vicina alla sede della Aproagro. Una delle donne gli ha affrontato con firmezza e coraggio. 

Questo mi ha portata a desiderare di vedere un giorno – i due gruppi di contadini che hanno ricevuto quelle terre da coltivare per la loro sopravivenza – presentandosi con un pò più di coraggio per affrontare il dialogo tra di loro, nella costruzione della concordia e della mutua collaborazione.

Conoscere questo proggeto è stata una esperienza che ci donna grandi speranze. In modo speciale perchè si trata di campesini che imparano a svolgere i loro negozi e, allo stesso tempo, esercitano i valori della gratuità e della solidarietà. 

L´apoggio del movimento Economia de Comunione ha aiutato queste persone a mobilizzare idee, informazioni, equipaggi, talenti e beni relazionali, e a mantenere viva la forza di costruire assieme giorni migliori.  


Credito delle Immagini

1. 
Occupazione delle terre in Brasile - www.g1.globo.com - Jonathan Lins.
2. Equipaggiamento Sociale - pt.slideshare.net - Majaalfor           
3. Piantagione di Aranci - foto di mmcbrasil.com.br
4. Partecipazione  con idee disegnate dai contadini. Foto di Carlos Xavier. 
5. Uomini dell`Associazione  “Zumbi dos Palmares”. Foto: Williams Souza. 
6 e 7 – Vendita dei prodotti agroecologici dell´Aproagro - divulgazione.

Nota:  Le immagini pubblicate in questo blog appartengono ai suoi autori. Se qualcuno possiede il dirtto di una di queste e desidera che sia rimmossa, per favore si comunichi con: vrblog@hotmail.com













ECONOMIA DE COMUNHÃO - ASSENTAMENTO BRANQUINHA - AL

10 junho, 2016

Há cerca de vinte anos começou uma história de trabalhadores rurais do Acampamento de Branquinha (estado de Alagoas),  que foram expulsos de terras devolutas e ocupadas por eles, para plantar e viver da sua produção, no Nordeste do Brasil. Esse fato nos remete aos  tempos  da  colonização. Da mesma forma que os  “descobridores”  da Terra de Santa  Cruz expulsaram os povos indígenas dos campos que a cultivavam, hoje os posseiros que cultivam terras devolutas são expulsos por grileiros, de forma ilegal e violenta.


O nome  Zumbi dos Palmares  dado ao assentamento um dia conquistado por aqueles trabalhadores  homenageia um dos grandes líderes da resistência dos escravos negros no Quilombo dos Palmares, também em Alagoas. No  dia  de  sua morte  – 20 de novembro – é  comemorado  o  dia  da consciência negra. 






A história do assentamento – onde passa o Rio da Branca, na cidade de Branquinha  – inicia em 1996. As famílias dos trabalhadores rurais estão habituadas a contá-la, e não esquecem os inúmeros apoios que receberam desde quando foi realizada uma pesquisa, nos anos 2000, pela professora Cristina Lira da Universidade Federal de Alagoas. 

Tudo começou com uma ousada questão, levantada pelos posseiros, ao término da pesquisa.  Ao  agradecer  a  colaboração  dos  assentados,  a  professora foi desafiada: – Agora que  conheceu a gente e sabe a nossa situação, vai nos deixar sozinhos?

Não foram abandonados. 
A pesquisa se reverteu em busca de apoios de toda 
ordem para aquela comunidade. Além da UFAL, receberam apoios da Seagri – Secretaria de Agricultura de Alagoas, do Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e da EMATER-AL. 

Mais tarde, o Instituto Mundo Unido concebeu um projeto para estruturar as atividades da Aproagro – Associação Agroecológica de uma das comunidades do mesmo assentamento, que conta hoje com cerca de vinte famílias de produtores agroecológicos, alguns deles  com  certificação  para  vender produtos nas feiras orgânicas dos municípios vizinhos.


A Aproagro recentemente foi premiada com um caminhão, para transportar seus produtos às feiras dos municípios vizinhos. Parece uma conquista inusitada num processo de luta tão desigual.  Mas  foi  justamente  o  reconhecimento  da sua  história  de  resistência  e  de  conquistas,  que  a  colocaram  entre  as associações merecedoras  da  premiação. Contudo,  a comunidade ainda tem necessidades latentes.


Em conversa com as mulheres, perguntei qual foi o apoio que elas receberam para aprenderem como organizar sua produção e a venda de seus produtos. A resposta foi imediata e muito clara: - A professora Cristina foi uma ponte pra gente. Tudo começou com ela. 

"Antes, a gente já tava organizada, mas não sabia como melhorar, pensar no negócio concreto da terra. Ela foi procurar formação pra gente aprender a chegar onde queria. A gente queria, mas não sabia como chegar lá".   – “Tivemos cursos para aprender a cuidar do negócio, até pra esse assunto de plantar, colher, calcular o valor e colocar no marcado... No preço você joga o trabalho da produção e a energia que a gente botou pra cuidar”.  

No percurso dessa história, as lideranças femininas locais tiveram que enfrentar “inimigos” muito espertos, como os atuais membros da Associação Zumbi dos Pallmares da qual também elas fazem parte. Trata-se de alguns homens que – fundados na herança profunda do machismo cultural resistente e violento – não suportam ver as mulheres se organizarem e crescerem por conta própria, o que provoca atitudes de inveja e de maldade contra elas.


Por ocasião de nossa visita ao assentamento, eles chegaram sem avisar, e derrubaram o muro iniciado pela comunidade para proteger a pequena capela do assentamento, construída próxima à sede da Aproagro.  
Uma das mulheres os enfrentou de forma firme e corajosa.  Mesmo  assim, fiquei a me perguntar quando as duas partes terão mais coragem ainda para enfrentar o diálogo, a construção da concórdia e da mútua colaboração entre a Aproagro e a associação do assentamento Zumbi dos Palmares. 

A pequena capela e a sede da associação (uma sala, um arremedo de cozinha e um sanitário)  foram  edificadas  na  área  comum  do  acampamento  para  os equipamentos sociais. A sede – embora simples – está bem equipada para a realização de reuniões, e o funcionamento da secretaria da associação.

A Aproagro é incorporada ao sistema de Arranjo Produtivo Local, adotado pela prefeitura para a produção de laranja lima e de banana

Algumas famílias da Aproagro possuem o selo de produção de orgânicos, com direito a vender nas feiras municipais.
Os bons resultados da produção nos lotes do assentamento,  e da venda nas feiras são visíveis. A qualidade das residências das famílias dos produtores da Aproagro é uma prova inconteste dos resultados financeiros dessa atividade, embora a demanda nas feiras de orgânicos dos municípios, ainda seja maior que a oferta.




A partilha é uma atitude presente na cultura da associação. O caminhão, por exemplo, – além de concorrer à mobilidade dos produtos para as feiras nas cidades vizinhas – é um bem utilizado também pelos produtores agroecológicos de outros assentamentos, que aproveitam para levar seus produtos às feiras, junto às famílias da associação.


Conhecer esse projeto é uma experiência que enseja grandes esperanças. 
Especialmente por se tratar de produtores e produtoras rurais que aprendem a desenvolver seus negócios e, ao mesmo tempo, exercitam os valores da partilha e da solidariedade. O apoio do movimento Economia de Comunhão levou essas pessoas ao aprendizado de mobilizar ideias, informações, equipamentos, talentos e bens relacionais, e a manter sempre viva a força de construírem juntos dias melhores.   












[i] Zumbi dos Palmares  nasceu no estado de Alagoas no ano de 1655. Foi um dos líderes da resistência negra à escravidão, no Quilombo dos Palmares, um dos locais para onde os escravos fugiam em busca da liberdade. Ele é considerado hoje uma grande figura da historia brasileira. O dia  de sua morte  – 20 de novembro – é comemorado o dia da consciência negra. 

Crédito das Imagens

1. Ocupação de terras - www.g1.globo.com - foto de Jonathan Lins.
2. Equipamentos Sociais do assentamento - pt.slideshare.net - Majaalfor
3. Laranjal - foto de mmcbrasil.com.br
4. Ideais desenhadas e escritas por produtores da Aproagro. Carlos Xavier. 
5. Homens da Associação Zumbi dos Palmares, chegam sem avisar e derrubam       a proteção feita em torno da pequena igreja. Foto de Williams Souza. 
6 e 7 - Feira dos produtos agroecológicos e orgânicos das famílias da Aproagro - na UFAL - divulgação.

Nota:  As  imagens  publicadas  neste  blog  pertencem aos seus autores. Se alguém possui os direitos de uma delas, e deseja que  seja removida deste espaço,  por favor entre em contato com: vrblog@hotmail.com
















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