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GUAJAJARA E ANIELLE - INOVANDO O MINISTÉRIO DO GOVERNO LULA

13 janeiro, 2023

Após a conturbada e difícil campanha eleitoral, em nosso país, a maioria do povo brasileiro explode de alegria e se enche de esperanças com o resultado das eleições que nos trouxe de volta o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

O estrodoso espanto do terrorismo, na semana que passou, trouxe grandes preocupações e temor na população, mas a sensata e forte reação das instituições democráticas, representadas pelos três poderes da República, nos mostrou que tais eventos, embora duríssimos e muito tristes, deixou-nos fortalecidos com a garantia da democracia, do equilíbrio político e do cuidado com a ordem e o bem-estar do povo brasileiro. 

Para iniciar as postagens deste novíssimo ano, e expressar a nossa grande alegria pela volta do presidente Lula, nada mais simbólilco do que a notícia da criação de dois novos ministérios e o acerto da escolha de duas ministras que, por elas mesmas, também simbolizam compromisso e mudança: Anielle Franco, no novo Ministério da Igualdade Racial e Sônia Guajajara  no novo Ministério dos Povos Indígenas.

Reproduzimos, aqui, uma reportagem publicada no Brasil de Fato, da autoria de Igor Carvalho, nesta semana.


A resistência secular, preta e indígena, toma posse com Anielle Franco e Sônia Guajajara.



As ministras das pastas dos Povos Indígenas” e da “Igualdade Racial”  destacaram as lutas negra e indígena em discursos históricos.

 

 

Brasil de Fato - 11/01/23
Por: Igor Carvalho 


Uma cerimônia histórica no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), na tarde da quarta-feira 11/01, marcou a posse de Sônia Guajajara Anielle Franco para os ministérios dos Povos Indígenas e da Igualdade Racial, respectivamente. A liderança indígena celebrou a chegada das duas ao governo federal: "Toma posse aqui a resistência secular preta e indígena".

 

Apresentada pela deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG), que a chamou de "Sônia, a mulher bioma", Guajajara foi a primeira a discursar e agradeceu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que criou o Ministério dos Povos Indígenas.

 

"O presidente Lula lhe parabenizo por reconhecer o protagonismo e força dos povos indígenas, diante do desafio de preservar o meio ambiente, em meio à crise climática, criando esse ministério inédito na história do Brasil. Povos indígenas que resistem há mais de 500 anos a diários ataques covardes e violentos, tão chocantes e aterrorizantes como vimos no último domingo, aqui em Brasília", afirmou Guajajara, que lembrou dos atos golpistas do  domingo 8/01.

 

"Destruir a estrutura do STF, do Congresso Nacional e o Palácio do Planalto não vai destruir nossa democracia. Aqui, Sônia Guajajara e Anielle Franco convocam todas as mulheres do Brasil para dizermos juntas que nunca mais permitiremos outros golpes no país", alertou a indígena.

 

Guajajara falou sobre os problemas enfrentados pelos povos originários. "São graves os casos de intoxicações provocados por mercúrio dos garimpos, pelos agrotóxicos nas grandes lavouras do agronegócio; as invasões em nossos territórios; as condições degradantes de saúde e saneamento; o aumento da insegurança alimentar que resultou, inclusive, na morte de inúmeras crianças e idosos indígenas e a desproteção dos territórios onde vivem povos indígenas isolados."

 

Por fim, a líder indígena manifestou ao presidente o desejo de utilizar a pasta para superar as causas das mazelas dos indígenas. "Lula, arrisco dizer, sem exagero, que muitos povos indígenas vivem uma verdadeira crise humanitária em nosso país e agora estou aqui para trabalharmos juntos, para acabar com a normalização deste estado inconstitucional que se agravou nestes últimos anos."

 

 

O povo Terena apresentou a Dança da Ema na posse das duas ministras (Foto: Ricardo Stuckert)

 

Marielle, presente

Anielle Franco abriu o discurso lembrando de sua irmã, a ex-vereadora Marielle Franco, brutalmente assassinada no Rio de Janeiro, em um dos crimes políticos de maior repercussão da história brasileira.

"Desde o dia 14 de março de 2018, dia em que tiraram Marielle da minha família e da sociedade brasileira, tenho dedicado cada minuto da minha vida a lutar por justiça, defender a memória, multiplicar o legado e regar as sementes de minha irmã", disse.

Franco lembrou que "não podemos mais ignorar ou subestimar o fato de que a  raça  e a  etnia  são determinantes para a desigualdade de oportunidades no Brasil em todos os âmbitos da vida. Pessoas negras estão sub-representadas nos espaços de poder e, em contrapartida, somos as que mais estamos nos espaços de estigmatização e vulnerabilidade".

A ministra levou à cerimônia um cenário sobre a condição de negras e negros no país. "Apesar de a maioria da população brasileira se autodeclarar negra, é possível observar que os brancos ocupam a maior parte dos cargos gerenciais, dos empregos formais e dos cargos eletivos. Por outro lado, a população negra está no topo dos índices de desemprego, subemprego e de ocupações informais, além de receber os menores salários."

Os não negros, em especial a equipe de governo de Lula, receberam um pedido especial da ministra. "Esperamos poder contar com vocês nessa tarefa de reconstrução em prol de respeito, cidadania, dignidade e igualdade de oportunidades. E, me dirijo especialmente aos demais ministros e ministros cujas pastas não poderiam funcionar sem um recorte pontual e transversal sobre o racismo e a racialidade no Brasil. E, também por isso, o Ministério da Igualdade Racial se coloca à disposição para reconstruir esse novo Brasil coletivamente. O compromisso com a Igualdade Racial no Brasil não pode ser o compromisso apenas deste Ministério".

Sanção

Durante a cerimônia, Lula sancionou a lei que equipara o crime de injúria racial ao de racismo, que é inafiançável e imprescritível.

Aprovado pelo Congresso em dezembro do ano passado, o texto inscreve a injúria, hoje contida no Código Penal, na Lei do Racismo e cria o crime de injúria racial coletiva.

Até agora, a pena para injúria racial era de reclusão de um a três anos e multa. A nova lei prevê punição de prisão de dois a cinco anos. A pena será dobrada se o crime for cometido por duas ou mais pessoas.

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Fonte: https://www.ihu.unisinos.br/625487-a-resistencia-secular-preta-e-indigena-toma-posse-guajajara-e-anielle-sao-ministras - 12.01.2023

 URL Vídeo - https://youtu.be/Ut1GaUFLR7o

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