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O ANO FINDOU! UFA! E TUDO PERSISTIRÁ COMO ANTES?

31 dezembro, 2021

Para nós brasileiros, este 31 de dezembro de 2021 seria um alívio, se pudéssemos esperar que algo fosse diferente em 2022. É que os novos dias que virão serão uma consequência das decisões escabrosas, da inércia voluntária e do descaso público de que é vítima a população brasileira. Não há mais palavras para falar das muitas faces da violência que nos atinge. Temos um governo maquiavélico, insidioso e perverso, que age com uma pérfida astúcia contra um povo muito sofrido, a penar a fome, a carestia, o desemprego e o desleixo da coisa pública a debochar de todos nós de uma modo sarcástico, indiferente e irresponsável. 

É-nos impossível desejar, aqui, um feliz Ano Novo! E mais difícil ainda esperar mudanças, ações em benefício de um povo que só escuta mentiras deslavadas, não obstante tantos alertas, inúmera críticas e sugestões de cientistas e organizações responsáveis, em defesa do bem-estar da população.

Também não é preciso ser cientista para perceber que a devastação impiedosa da Floresta Amazônica e de outras matas no Centro e no Sudeste do país, estão a nos mostrar as consequências: as enchentes em inúmeras cidades brasileiras, provocando mortes, grandes perdas materiais e pessoais e o enorme sofrimento das populações atingidas.

Neste fim de ano, poucos tiveram suas casas revestidas de novas cores e boas comidas à mesa. Outros puderam renovar o seu guarda-roupa com novas peças e receberam lindos presentes. Nas varandas e terraços há lindas plantas para alegrar a vida e colorir o ambiente. Mas esses são uma minoria.

A realidade é que hoje conta-se mais de 16 milhões de brasileiros que estão  passando fome. É importante entender que a fome - e as suas graves consequências - é penosa e violenta, e cresce a cada dia entre nós, como há muito não se via no país.

Cada um de nós deveria fazer um gesto, uma doação que seja, para ajudar a  diminuir essa agonia, e as necessidades das vítimas das enchentes. Este seria um gesto que nos renovar e nos tornar justos e fraternos.   

        O gesto da partilha urge, entre nós, e todos sabemos 

como fazer concretamente.

Para que me serve o acúmulo de peças do vestuário – como se fosse um velho museu nós mesmos – enquanto outras pessoas, neste momento, perderam tudo, e estão precisando do que me sobra como coisas indispensáveis? 

O que fazer para  ampliar o nosso olhar de modo a enxergar os que precisam do meu gesto solidário?

Como primeiro passo podemos nos desfazer dos acúmulos inúteis no meu guarda-roupa, das gavetas e caixas dos meus armários. Todos estamos de acordo que não serve acumular papéis. E muitos já aprenderam a rasgá-los e separá-los para serem aproveitados no lixo dos reciclados. Mas muitos de nós ainda não aprenderam a revisar as próprias roupas, bolsas e sapatos. Também os armários da cozinha podem estar socados de utensílios que não servem para o próprio uso, mas estão faltando a outros.

Esta é uma reflexão a ser feita, como um passo essencial para priorizar "aquilo que as traças não roem”.

O "quarto de despejo” que muitos usamos em casa, em geral provoca um modo indevido de acumular, e de não se desfazer das coisas que nos sobram. Coisas que ficam ajuntadas, com a desculpa de que são velhas e boas lembranças! Tudo isso nos instiga a recordar que há sempre alguém à espera do meu dom.

Há pessoas simples que passam diante do nosso edifício com uma carroça cheia de quinquilharias... Vão carregando as sobras, pelas ruas da cidade, e as levam para revender. O dinheiro que arrecadam trazem bem-estar para os seus. E outras pessoas poderão adquirir coisas mais baratas, com a revenda do que foi doado. Os porteiros sabem muito bem o dia em que o carroceiro passa em busca das nossas sobras. Se não for o carroceiro, há organizações que pegam, em nossas casas, móveis e objetos ainda usáveis – mesmo em condição de reforma ou conserto. E tudo é repassado para o uso dos que precisam.

Os cuidados que tenho para o meu bem-estar pessoal, a minha saúde física e emocional, é proporcional ao que sou capaz de fazer para melhorar a vida  de quem tem necessidade. 

Novas atitudes de mudança pessoal podem ajudar a vitalizar as minhas relações em casa, na família e no trabalho.

Não deixe escapar de fazer uma reflexão cuidadosa sobre a sua atenção por aqueles que dependem de você, em casa, no trabalho, nas relações de amizade. Sem esquecer os empregados domésticos que estão ao nosso serviço. Está em dia a sua carteira de trabalho? Eles têm como cuidar da saúde, do próprio aprendizado e dos seus familiares? Não falo para sermos os bonzinhos, ou cuidar "dos pobrezinhos, dos coitados". Trata-se de fazer o que é justo, como você espera que esses seus empregados lhe tratem. É um  cuidado que vai além do dever, e é sugerido pela consciência da fraterna convivência. E, por que não dizer: do amor que me leva a dar, sem esperar retorno. 

O que há na sociedade atual é uma grave desigualdade. Uma injusta distribuição de renda e de bens. E uma grande escassez de um olhar fraterno,  de uma atitude solidária, sem os julgamentos preconceituosos que aprendemos. Há uma urgente necessidade de se reconstruir os laços fraternos entre as pessoas.  

Um novo passo – aquele que agora posso dar – me levará a conseguir coisas impensadas, como, por exemplo, aprender a sair da minha tristeza, e dos dias que me deixam depressivo, pois começo a me ocupar da dor e da necessidade do outro. Um gesto de amor reconstrói o tecido da paz  entre as pessoas. Não será um amor sentimental, mas um amor de concretude. 

Sem esquecer que, para poder mudar, é preciso enxergar novos caminhos, para poder ter, preciso aprender a dar, para que eu seja ouvido preciso aprender a escutar, para que eu seja perdoado também preciso perdoar, para aliviar a minha dor preciso buscar, com sinceridade, o que posso fazer agora pela dor de outros, que agora precisam de mim. 

O Ano Novo é uma excelente ocasião para a mudança. Mesmo quando o entorno é triste, o país segue em derrocada, e seja necessário lutar para reconstruir tudo de novo. Pois o tecido da Paz é feito de atos sinceros de amor.  Aprendendo, no dia a dia, um novo jeito de viver! 

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Postagem de: Vanise Rezende

Crédito imagem: pobreza-tv-brasil-ok.jpg

Em: https://www.cartacapital.com.br/opiniao/o-cenario-de-fome-persistira-em-2022/  

Nota As imagens publicadas nesta postagem pertencem aos seus autores. Se alguém possui os direitos de uma delas e deseja retirá-la, por favor envie-nos um comentário.

UM TRISTE NATAL PARA NÓS BRASILEIROS - ENCHENTES, FOME, MIGRAÇÃO INTERNA

27 dezembro, 2021

Estive ausente deste espaço por cerca de um mês. Peço desculpas aos caros leitores e seguidores do Espaço Poese. Precisei me concentrar para a leitura final  do meu livro que, felizmente, foi concluído. Darei notícias de quando estará pronto para ser adquirido.

Em três dias o ano turbulento de 2021 terminará. Como escrevi aos amigos e familiares, o que posso desejar a todos é um feliz 2023. Sim, teremos uma ponte difícil a atravessar, um ano inteiro pela frente, até chegarmos lá! Vamos manter firme o trabalho, a esperança e a garra para que assim seja. 

No momento, enquanto o dito presidente do Brasil continua suas férias em comitiva pelo Sul, há várias questões importantes no país que nos causa imensa dor: a constatação de que a fome no Brasil se vai ampliando, e a questão dos Migrantes - a dolorosa marcha de pessoas que precisam mudar, como as populações assoladas pelas enchentes em Minas Gerais e na Bahia. O ano inteiro, no Brasil e em muitas partes do mundo, as populações mais pobres sofreram com enchentes, da China aos países da Europa e Estados Unidos. Há meses atrás também o Sul do Brasil conheceu esse sofrimento. Será assim, até que aprendamos a cuidar da Amazônia e da Mãe Terra, da nossa rua, do lixo na nossa casa, e dos nossos hábitos de cidadania. 

O sofrimento dos migrantes é também o das populações das cidades atingidas pela enchente, que tudo perderam e que estão sofrendo. Nem festas, nem comes e bebes, nem presentes. Sem as suas casas e sem os seus pertences arrastados pelas águas. Também eles, multidões de migrantes em seu próprio país, em razão do descuido público e da destruição das matas. Hoje já se contam 72 municípios alagados na Bahia, com mais de 16 mil desabrigados. Chegam a 430 mil pessoas afetadas, só no estado da Bahia. Há dias atrás as fortes chuvas atingiram populações em Belo Horizonte. Esse é o quatro que que tínhamos no país, quando o dito presidente decide tirar férias nas praias do Sul. 

O meu convite, é que alarguemos o nosso olhar para mais além, para conhecer a situação das migrações mundo afora, e não só por alagamentos.  

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Mundo registrou cerca de 281

 milhões de migrantes internacionais em 2020

 

Por: ONU News

Recente relatório da OIN - Organização Internacional dos Migrantes, revela que Covid-19 complicou, mas não impediu mobilidade dos migrantes. O relatório apresenta o Brasil como modelo por conceder vistos humanitários a muitos refugiados e migrantes. E, ao mesmo tempo está no 3º lugar com mais deslocados internos por desastres naturais.


As Nações Unidas lançaram, em 8/12/2021, o Relatório Mundial sobre Migração. Segundo o documento, havia 281 milhões de migrantes internacionais, até o final de 2020, o equivalente a 3,6% da população global. O aumento ocorreu apesar do impacto dramático da pandemia sobre a migração, que incluiu o fechamento de fronteiras. O estudo revela que as inúmeras restrições para conter a Covid-19 afetaram a mobilidade, mas não impediram o movimento dos que precisavam deixar os seus países em busca de outras terras que os acolhessem. 

População

Em 2019, a OIM contabilizava 272 milhões de migrantes internacionais - 3,5% da população global. Uma cifra correspondente a 200 milhões a maior, em relação à década de 70, quando o total de migrantes internacionais eram 2,3% da população mundial.  Segundo a OIM, não fora a pandemia, o mundo teria, hoje, mais de 2 milhões de migrantes internacionais. O documento destaca que apesar do crescimento da migração internacional, em 2020 o número de deslocados internos subiu para 55 milhões que fugiram de desastres naturais, de conflitos e da violência.

“Enquanto bilhões de pessoas foram imobilizados pela Civid-19 outras dezenas de milhões de pessoas se deslocaram dentro de seus próprios países.” Foto: OIM/Alexander Bee

Para o diretor-geral da OIM, António Vitorino, o mundo vive um paradoxo jamais visto: “Enquanto bilhões de pessoas foram imobilizados pela Covid-19, outras dezenas de milhões se deslocaram dentro de seus próprios países.”

O Brasil, por exemplo, foi o quinto maior destino de venezuelanos ao lado de Colômbia, Peru, Chile e Equador na região. O relatório apresenta o Brasil como modelo por conceder vistos humanitários a muitos refugiados e migrantes.

América do Sul

Considerado a maior fonte de remessas da América Latina e Caribe com saídas de US$ 1,6 bilhão em 2020, o Brasil é o terceiro lugar com mais deslocados internos por desastres naturais. Foram 358 mil pessoas nessa situação, depois das Honduras com 937 mil e Cuba com 639 mil. 


  Foto OIM – Funcionária da OIM fala com pessoas afetadas pelas enchentes em Timor-Leste

Portugal é citado pela OIM por ser o terceiro país europeu com mais mulheres migrantes enfrentando desemprego, do que homens vivendo na mesma situação. As autoridades portuguesas libertaram pessoas detidas por questões de imigração para conter riscos de transmissão nas instalações. Portugal é o 14º ponto de origem global de migrantes.

Cabo Verde é a quinta nação do mundo que mais recebeu pessoas migrantes, em 2020, depois da Somália, do Sudão do Sul, do Lesoto, da Gâmbia. No geral as remessas para a África diminuíram cerca de 3% em comparação com 2019.

Angola e Moçambique vêm depois da África do Sul como os principais países de origem das saídas de pessoas no continente.

Ver vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=_EWHhxz6F0c

 

Dia Mundial do Refugiado

 

Em 20 de junho deste ano, as Nações Unidas celebraram o Dia Mundial do Refugiado. De acordo com a organização, mais de 82,4 milhões de pessoas deixaram seus países, este ano, buscando apoio por fatores como guerras, atos de violência e perseguição.

Em mensagem sobre a data, o secretário-geral da Nações Unidas, António Guterres afirmara que, estando fora de casa, os refugiados têm de começar as suas vidas do zero. E destacou as maiores carências do grupo em tempos de crise de saúde.

Na ocasião, Guterres sublinhou que a pandemia acabara com os meios de subsistência dos refugiados. São pessoas estigmatizadas e desconsideradas, que, nas grandes retiradas ficam gravemente expostas e desprotegidas do vírus. Guterres considerou que, mesmo assim, os refugiados têm demonstrado uma contribuição inestimável para as sociedades que os adotaram, como trabalhadores essenciais na linha da frente.

Na sua fala, Guterres ainda pediu que se dê maior atenção à situação dos refugiados, de modo que eles encontrem meios de reconstruir a vida num momento marcado pela Covid-19. E elogiou os que acolhem os refugiados, enfatizando ser preciso mais apoio dos Estados, do setor privado e das comunidades e indivíduos para que se caminhe em direção a um futuro mais inclusivo e livre de discriminação. O secretário-geral afirmou que os refugiados reconhecem o significado de poderem reconstruir a própria vida e, ao mesmo tempo, querem reunir forças para apoiar outras pessoas.

A Acnur - Agência da ONU para Refugiados, destaca o dever de se proteger todas essas pessoas, independentemente de sua raça, nacionalidade, crenças ou outras características. E aponta que é importante falar abertamente e combater a injustiça, e, no lugar de incentivar divisões e ódio - culpando os outros ou difamando vítimas - deve-se procurar avançar com soluções pragmáticas e duradouras para as crises.

Nos últimos três anos, cerca de 1 milhão de crianças nasceram como refugiados, fora de seu país de origem, devido a problemas locais de conflitos, violências e perseguições. A Acnur defende mais proteção, o fim das injustiças e a busca de soluções para essa crise.

Ver vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=D-iRTRRiAdE&t=15s

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Fonte das informações:

Onu News - 8/12/2021


https://falouedisse.blog.br/?=11046&utm_source=mailpoet&utm_medium=email&utm_campaign=os-ultimos-newsletter-total-artigos-do-nosso-blog_2

 ONU News - 20/06/2021

https://falouedisse.blog.br/?p=8736&

Enchenteshttps://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2021/12/chega-a-18-total-de-mortos-em-enchentes-que-atingem-37-cidades-na-bahia.shtml

Crédito das Imagens:

Foto 1 - destaque: OIM - Rohingya_CoxBazar.jpg

Em:  https://news.un.org/pt/focus/migrantes-e-refugiados

Foto 2: Brasil foi o quinto maior destino de venezuelanos ao lado de Colômbia, Peru, Chile e Equador na região - OIM/Diana Diaz 

Foto 3 - https://news.un.org/pt/content/un-newsletter-subscribe

 

 

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