Estive ausente deste espaço por cerca de um mês. Peço desculpas aos caros leitores e seguidores do Espaço Poese. Precisei me concentrar para a leitura final do meu livro que, felizmente, foi concluído. Darei notícias de quando estará pronto para ser adquirido.
Em três dias o ano turbulento de 2021 terminará. Como escrevi aos amigos e familiares, o que posso desejar a todos é um feliz 2023. Sim, teremos uma ponte difícil a atravessar, um ano inteiro pela frente, até chegarmos lá! Vamos manter firme o trabalho, a esperança e a garra para que assim seja.
No momento, enquanto o dito presidente do Brasil continua suas férias em comitiva pelo Sul, há várias questões importantes no país que nos causa imensa dor: a constatação de que a fome no Brasil se vai ampliando, e a questão dos Migrantes - a dolorosa marcha de pessoas que precisam mudar, como as populações assoladas pelas enchentes em Minas Gerais e na Bahia. O ano inteiro, no Brasil e em muitas partes do mundo, as populações mais pobres sofreram com enchentes, da China aos países da Europa e Estados Unidos. Há meses atrás também o Sul do Brasil conheceu esse sofrimento. Será assim, até que aprendamos a cuidar da Amazônia e da Mãe Terra, da nossa rua, do lixo na nossa casa, e dos nossos hábitos de cidadania.
O sofrimento dos migrantes é também o das populações das cidades atingidas pela enchente, que tudo perderam e que estão sofrendo. Nem festas, nem comes e bebes, nem presentes. Sem as suas casas e sem os seus pertences arrastados pelas águas. Também eles, multidões de migrantes em seu próprio país, em razão do descuido público e da destruição das matas. Hoje já se contam 72 municípios alagados na Bahia, com mais de 16 mil desabrigados. Chegam a 430 mil pessoas afetadas, só no estado da Bahia. Há dias atrás as fortes chuvas atingiram populações em Belo Horizonte. Esse é o quatro que que tínhamos no país, quando o dito presidente decide tirar férias nas praias do Sul.
O meu convite, é que alarguemos o nosso olhar para mais além, para conhecer a situação das migrações mundo afora, e não só por alagamentos.
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Mundo registrou cerca de 281
milhões de migrantes internacionais em 2020
Por: ONU News
Recente relatório da OIN - Organização Internacional dos Migrantes, revela que Covid-19 complicou, mas não impediu mobilidade dos migrantes. O relatório apresenta o Brasil como modelo por conceder vistos humanitários a muitos refugiados e migrantes. E, ao mesmo tempo está no 3º lugar com mais deslocados internos por desastres naturais.
As Nações Unidas lançaram, em 8/12/2021, o Relatório Mundial sobre Migração. Segundo o documento, havia 281 milhões de migrantes internacionais, até o final de 2020, o equivalente a 3,6% da população global. O aumento ocorreu apesar do impacto dramático da pandemia sobre a migração, que incluiu o fechamento de fronteiras. O estudo revela que as inúmeras restrições para conter a Covid-19 afetaram a mobilidade, mas não impediram o movimento dos que precisavam deixar os seus países em busca de outras terras que os acolhessem.
População
Em 2019, a OIM contabilizava 272 milhões de migrantes internacionais - 3,5% da população global. Uma cifra correspondente a 200 milhões a maior, em relação à década de 70, quando o total de migrantes internacionais eram 2,3% da população mundial. Segundo a OIM, não fora a pandemia, o mundo teria, hoje, mais de 2 milhões de migrantes internacionais. O documento destaca que apesar do crescimento da migração internacional, em 2020 o número de deslocados internos subiu para 55 milhões que fugiram de desastres naturais, de conflitos e da violência.
“Enquanto bilhões de pessoas foram imobilizados pela Civid-19 outras dezenas de milhões de pessoas se deslocaram dentro de seus próprios países.” Foto: OIM/Alexander Bee
Para o diretor-geral da OIM, António Vitorino, o mundo vive um paradoxo jamais visto: “Enquanto bilhões de pessoas foram imobilizados pela Covid-19, outras dezenas de milhões se deslocaram dentro de seus próprios países.”
O Brasil, por exemplo, foi o quinto maior destino de venezuelanos ao lado de Colômbia, Peru, Chile e Equador na região. O relatório apresenta o Brasil como modelo por conceder vistos humanitários a muitos refugiados e migrantes.
América do Sul
Considerado a maior fonte de remessas da América Latina e Caribe com saídas de US$ 1,6 bilhão em 2020, o Brasil é o terceiro lugar com mais deslocados internos por desastres naturais. Foram 358 mil pessoas nessa situação, depois das Honduras com 937 mil e Cuba com 639 mil.
Portugal é citado pela OIM por ser o terceiro país europeu com mais mulheres migrantes enfrentando desemprego, do que homens vivendo na mesma situação. As autoridades portuguesas libertaram pessoas detidas por questões de imigração para conter riscos de transmissão nas instalações. Portugal é o 14º ponto de origem global de migrantes.
Cabo Verde é a quinta nação do mundo que mais
recebeu pessoas migrantes, em 2020, depois da Somália, do Sudão do Sul, do
Lesoto, da Gâmbia. No geral as remessas para a África diminuíram cerca de 3% em
comparação com 2019.
Angola e
Moçambique vêm depois da
África do Sul como os principais países de origem das saídas de pessoas no
continente.
Ver vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=_EWHhxz6F0c
Dia Mundial do Refugiado
Em 20
de junho deste ano, as Nações Unidas celebraram o Dia Mundial do
Refugiado. De acordo com a organização, mais de 82,4 milhões de pessoas
deixaram seus países, este ano, buscando apoio por fatores como guerras, atos de violência
e perseguição.
Em
mensagem sobre a data, o secretário-geral da Nações Unidas, António Guterres
afirmara que, estando fora de casa, os refugiados têm de começar as suas vidas
do zero. E destacou as maiores carências do grupo em tempos de crise de saúde.
Na
ocasião, Guterres sublinhou que a pandemia acabara com os meios de
subsistência dos refugiados. São pessoas estigmatizadas e desconsideradas, que, nas grandes retiradas ficam gravemente expostas e desprotegidas do vírus. Guterres considerou que, mesmo assim, os refugiados têm demonstrado uma contribuição inestimável para as sociedades que os adotaram, como
trabalhadores essenciais na linha da frente.
Na sua
fala, Guterres ainda pediu que se dê maior atenção à situação dos refugiados, de
modo que eles encontrem meios de reconstruir a vida num momento marcado pela
Covid-19. E elogiou os que acolhem os refugiados, enfatizando ser preciso mais
apoio dos Estados, do setor privado e das comunidades e indivíduos para que se
caminhe em direção a um futuro mais inclusivo e livre de discriminação. O secretário-geral afirmou que os refugiados reconhecem o significado de poderem reconstruir a própria vida
e, ao mesmo tempo, querem reunir forças para apoiar outras pessoas.
A Acnur - Agência
da ONU para Refugiados, destaca o dever de se proteger todas essas pessoas, independentemente
de sua raça, nacionalidade, crenças ou outras características. E aponta que é
importante falar abertamente e combater a injustiça, e, no lugar de incentivar
divisões e ódio - culpando os outros ou difamando vítimas - deve-se procurar avançar com
soluções pragmáticas e duradouras para as crises.
Nos últimos
três anos, cerca de 1 milhão de crianças nasceram como refugiados, fora de seu
país de origem, devido a problemas locais de conflitos, violências e perseguições.
A Acnur defende mais proteção, o fim das injustiças e a busca de soluções para essa
crise.
Ver vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=D-iRTRRiAdE&t=15s
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Fonte das
informações:
Onu News - 8/12/2021
https://falouedisse.blog.br/?p=8736&
Crédito das Imagens:
Foto 1 - destaque: OIM - Rohingya_CoxBazar.jpg
Em: https://news.un.org/pt/focus/migrantes-e-refugiados
Foto 2: Brasil foi o quinto maior destino de venezuelanos ao lado de Colômbia, Peru, Chile e Equador na região - OIM/Diana Diaz
Foto 3 - https://news.un.org/pt/content/un-newsletter-subscribe
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