AMPARO CARIDADE - CAMINHOS E CAMINHANTES
Ao pensar no que poderia
ser publicado como primeiro texto, neste espaço, naturalmente lembrei minha grande amiga Amparo
Caridade, que partiu em 2010 e me deixou a marca profunda de uma saudade
imensa. Fomos companheiras de ‘brincadeiras’ de final de semana, como era
o seu jeito de me convidar para momentos de lazer. E, mais que isto, aprendiz da escrita nos encontros que tínhamos para discutir a produção do seu livro Caminho e Caminhantes, em que foram reunidas crônicas publicadas no Diário de Pernambuco - Edições Bagaço – 2004.
Os "passeios" com Amparo se estenderam, mais tarde, até a granja da família, quando ela precisava retirar-se para pensar ou orientar as plantações e reformas na casa, do seu jeito. E, mais ainda. Fizemos juntas uma viagem a Paris. As nossas gafes de turistas nos divertia mais do que os acertos. Especialmente nas entradas do metrô e especialmente nas saídas. Nunca entendíamos como escolher uma saída que nos deixasse exatamente na rua onde desejávamos chegar. Até as máquinas de compra dos tíquetes do metrô era um grave problema para nós. Tínhamos que experimentar até acertar. Quem disse que alguma pessoa podias parar um pouco para nos ajudar? Todos corriam, só nós, os turistas, não tínhamos o que fazer senão curtir as belezas da cidade.
Hoje, Amparo ainda
está presente nos seus escritos e nas marcas deixadas por sua vida de grandeza,
bem-quereres, empenho profissional e social como psicóloga, professora, escritora
e sexóloga. Participou de inúmeros eventos, cursos e congressos como coordenadora,
conferencista ou colaboradora. Este blog terá Amparo
Caridade como sua primeira inspiradora. Ela foi a minha mentora, insistindo para que eu experimentasse a escrever não só para mim, seguindo as minhas intuições e interrogações do cotidiano viver.
Quero iniciar a empreitada deste blog, com suas próprias palavras:
“É sempre incompleta e pobre a escrita. A palavra é só um meio de
comunicar o que vai na alma, e nos falta em momentos especiais. Nem sempre
foi fácil escrever, embora me seja muito prazeroso fazê-lo. Mas é bom que seja
assim. Do contrário, como poderíamos escrever de novo sobre o viver, o amar, o
sentir, o querer, o desejar, o doer, o gozar? “ (*)
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(*) Caridade, Amparo. Caminhos e Caminhantes, Apresentação. Recife-PE, 2004.
Ed. Bagaço p.6.