Pra dizer o querer e o não querer
Pra falar do que não se sabe como,
Ou buscar da razão um parecer.
No encontro de amigos e amantes
É sabor de dizer o bem-querer,
É presença do amor que era antes.
No pensamento, sem nada dizer
O amor e a dor falam num abraço
No encontro o silêncio é livro
aberto
Para dizer o afeto e o desafeto
Ou chorar, de amor, no seu regaço.
Na distância o silêncio enlouquece
Ruidosa é a presença das lembranças
Que o silêncio tão cedo não esquece
E as transforma consigo e as enrijece
Refazendo o sentido das palavras
Que em mágoa gravada permanece.
Para cuidar de tudo o que maltrata
E resgatar a história, no seu tempo,
E iluminar o dito e o não dito.
E como a história faz, ata e desata,
Desfazer, no silêncio, o seu mito.
Quero um silêncio longe da anuência
E a palavra do silêncio inteira
Que anula a fonte da interferência...
Um olhar silencioso de ternura
Quiçá, uma palavra derradeira
Acarinhando de luz a mente escura.
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Poema de Vanise Rezende - vaniserezende.com.br
Imagens: www. canstockphoto.com.br
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