'Lula está na consciência da América Latina e da Europa', diz líder do 'Podemos'.
Juan Carlos Monedero, cofundador do partido de esquerda espanhol "Podemos", visitou Lula em Curitiba. Segundo ele, ninguém que defende o estado de direito na Europa respeita o juiz Sérgio Moro
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Por: Redação RBA
"Necessitamos, os setores
progressistas da Europa e América Latina, nos unir", defendeu Monedero Foto de Ricardo Stuckert.
São Paulo – Fundador do partido espanhol “Podemos”,
o cientista político Juan Carlos
Monedero visitou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na tarde da
quinta-feira (22/11/2018), em Curitiba.
“Da Espanha, do Podemos, queria dizer-lhe (a Lula)
que esse cárcere é o que teria prendido (Nelson) Mandela ou (Antonio)
Gramsci. Concordamos com esses grandes homens, mas não concordamos com os
carcereiros. Portanto, vamos recordar constantemente o que significam", disse.
O ex-candidato petista à presidência da República,
Fernando Haddad, e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também falaram à
imprensa na capital paranaense.
Segundo Monedero, “Lula está na consciência da
América Latina e dos democratas da Europa. Compartilhei com ele a alegria que
vimos na Argentina, no encontro do Clacso, onde vi 40 mil pessoas chorando e
gritando 'Lula Livre'. A democracia
no Brasil se chama Lula".
Foi uma referência ao 1º Fórum Mundial do Pensamento Crítico, promovido pelo Conselho Latino-americano
de Ciências Sociais (Clacso), realizado
recentemente em Buenos Aires.
Monedero criticou o presidente brasileiro, eleito
em 28 de outubro, e seu futuro ministro da Justiça. “Ninguém que defende a
democracia, na Europa, pensa que Bolsonaro é um democrata, pelo contrário.
Ninguém que defende o estado de direito, na Europa, aponta o juiz Moro com
respeito”. A percepção é clara de que o magistrado responsável pela Lava Jato
foi “recompensado por haver encarcerado um homem justo e bom”.
O espanhol se declarou triste ao chegar à Polícia
Federal em Curitiba, mas disse ter saído feliz do encontro, por ter visto “um
presidente que não vai se deixar dobrar, e que, em sua expressão, me disse:
‘estou em um cárcere de merda, mas meus pensamentos não estão sujos, mas limpos”.
Na opinião de Monedero, “Lula sabe que na América
Latina os melhores, que lutam pela democracia, são encarcerados”. Eles
conversaram sobre a necessidade de os movimentos e partidos progressistas do
mundo estarem unidos na luta contra o crescimento da direita. Monedero afirmou
que transmitirá ao líder do Podemos, Pablo Iglesias, o recado de Lula sobre o
assunto.
“Necessitamos, os setores progressistas da Europa e
América Latina, nos unir. Há uma mensagem (de Lula) por unidade, de que temos
que dar-nos conta de que a direita está caminhando por lugares contrários à
democracia, e não podemos estar desunidos, mas perto uns dos outros.” Segundo Monedero,
o compromisso e os laços entre o Podemos e Lula estão mais fortes.
Haddad lembrou que, na semana que vem, vai aos
Estados Unidos para participar de reunião de fundação da
“Internacional Progressista”, liderada pelo senador
norte-americano Bernie Sanders, do Partido Democrata.
A preocupação, disse Fernando Haddad, é “frear o obscurantismo no mundo, que prejudica
direitos conquistados por muitas jornadas de luta por direitos políticos, civis
e sociais, sobretudo depois da segunda guerra mundial”.
Haddad lembrou também que, no Brasil, junto com o
PT, está propondo duas frentes de atuação parlamentar em defesa dos direitos
civis e sociais. Ele negou que, no movimento de oposição ao governo de Jair
Bolsonaro, o PT pretende ter a hegemonia de eventuais frentes que venham a ser
construídas. “O PT não tem hegemonia, tem a importância que tem e vai agir de
acordo com essa importância. Não nos consideramos melhores do que ninguém,
sabemos do nosso tamanho e importância e respeitamos as outras agremiações que
respeitam direitos sociais e civis.”
No âmbito
internacional, Haddad salientou que, sobretudo na Europa, Monedero pode
ajudar a articular partidos, organizações e movimentos populares que estejam de
acordo com as premissas de defesa de direitos e da democracia, e contra o
crescimento do obscurantismo. Segundo ele, Lula está bem. “Mas ninguém passa
incólume por 230 dias (na prisão). É penoso para qualquer pessoa, para
ele também”, ressalvou Haddad.
Gleisi Hoffmann destacou que Haddad terá
importância fundamental para “levar a voz de mais de 47 milhões de brasileiros”
que votaram no petista no segundo turno. A expectativa da senadora é de que
esse número “só vai aumentar”.
“A decepção com o governo Bolsonaro vai acontecer.
Temos que fazer essa resistência, interna e externamente”, afirmou. Segundo
ela, Haddad inicia na semana que vem “uma grande caminhada no exterior”, para
conversar com lideranças da política internacional e “dizer ao mundo o que está
acontecendo no Brasil”.
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Fonte do texto:
Créditos imagens:
1. Carlos Monedero - foto divulgação
2. Carlos Monedero no Brasil - Ricardo Stuckert
3. Lula e Haddad - foto divulgação
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Se alguém possui os direitos de uma delas e deseja que sejam removidas deste espaço, por favor entre em contato com: vrblog@hotmail.co
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