Neste Natal, publico uma mensagem diferente, como diferentes são os tempos que nos convidam a pensar em um amor ativo, delicado, cuidadoso, para além das nossas possibilidades. O importante é fazer chegar o nosso gesto fraterno a quem mais precisar de fraterna acolhida, de proteção, de justiça social, de inclusão e de respeito à nossa individualidade e às nossas diferenças.
São as diferenças que favorecem o exercício de sermos mais amáveis, e tornam o meu amor único, inigualável, indispensável. A carta, aqui publicada, faz parte do livro "Quando eu voltei foi uma surpresa", que alguns leitores devem conhecer. Mas, a sua releitura - nesses dias de celebrações - fará a diferença. Especialmente se pensamos quem foi e quem ainda representa - na história política e literária do Brasil - o escritor Joel Rufino dos Santos.
Boas e sinceras reflexões neste Natal!
O texto das imagens está digitado abaixo.
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Fonte dos textos e imagens : reprodução.
Fonte da Biografia: http://joelrufinodossantos.com.br/paginas/biografia.asp
Alguns títulos do Autor:
Filho de pernambucanos, Joel nasceu no dia 19 de
julho de 1941 em Cascadura, subúrbio carioca. Desde criança se encantava com as
histórias que a sua avó Maria lhe contava e as passagens da Bíblia que ouvia.
Junto com os gibis, que lia escondido de sua mãe, esse foi o tripé da paixão
literária do futuro fazedor de histórias. Seu pai também teve um papel nessa
formação, presenteando-o com livros que Joel guardava em um caixote.
Ainda jovem, mudou-se com a família para o
bairro da Glória e pouco depois entrou para o curso de História da antiga
Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil, onde começou a sua carreira
de professor, dando aula no cursinho pré-vestibular do grêmio da Faculdade.
Convidado
pelo historiador Nelson Werneck Sodré para ser seu assistente no Instituto
Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), lá conviveu com grandes pensadores, e
foi um dos coautores da História Nova do Brasil, um marco da historiografia
brasileira.
Com
o golpe de 1964, Joel, por sua militância política, precisou sair do Brasil,
asilando-se na Bolívia, depois no Chile. Com o exílio, não só interrompeu a sua
vida acadêmica, como também não participou do nascimento do seu primeiro filho,
que se chama Nelson em homenagem ao mestre e amigo.
Voltando
ao Brasil, viveu semi-clandestino, e foi preso 3 vezes. Na última, cumpriu pena
no Presídio do Hipódromo (1972-1974). As cartas, muitas, que escreveu para
Nelson, foram, mais tarde, publicadas no livro “Quando eu voltei, tive uma
surpresa”, que recebeu, da FNLIJ, o Prêmio Orígenes Lessa - O melhor do ano
(2000) para jovens leitores.
Com a
aprovação da Lei da Anistia, foi re-integrado ao Ministério da Educação e
convidado a dar aulas na graduação da Faculdade de Letras e posteriormente na
pós-graduação da Escola de Comunicação, UFRJ. Obteve, da Universidade, os
títulos de “Notório Saber e Alta Qualificação em História” e “Doutor em
Comunicação e Cultura”. Recebeu também, do Ministério da Cultura, a
comenda da Ordem do Rio Branco, por seu trabalho pela cultura brasileira.
Como
escritor, Joel é plural. Escreveu inúmeros livros para crianças, jovens e
adultos. Ficção e não ficção. Ensaios, artigos, participação em coletâneas.
Recebeu, como autor de livros para crianças e jovens, vários prêmios, tendo
sido duas vezes finalista do Prêmio Hans Christian Andersen, considerado o
Nobel da literatura infanto-juvenil. Já como romancista recebeu, do Pen Clube
do Brasil, em 2014, o Prêmio Literário Nacional na categoria
"Narrativas".
Joel é
casado coma psicóloga Teresa Garbayo dos Santos, Nelson e Juliana são os
seus filhos. Eduardo, Raphael, Isabel e Victoria, os netos queridos. Joel
Rufino dos Santos faleceu em 4 de setembro de 2015, por complicações
decorrentes de uma cirurgia cardíaca.
Mas Joel
continua vivo no coração e na memória de todos que com ele conviveram, ou o
conheceram através da leitura de seus livros, e reconhecem o valor de uma vida
marcada pela luta por justiça social, pelo fim dos preconceitos e pela
defesa da cultura popular brasileira.
Sua
última função pública foi no Tribunal de Justiça, onde exerceu, de forma
inovadora, a função de Diretor Geral de Comunicação, estabelecendo pontes entre
o Tribunal e a sociedade civil. Provocou debates, encenou o ‘Desenforcamento
de Tiradentes’ e promoveu um ‘baile charme’ em que o povo pobre e negro foi
convidado a comparecer não como réu, mas como criador de beleza, como
pensador.
Quer saber mais sobre o Joel? Ele também foi:
§ Coordenador, no ISER, do programa "Quanto vale
uma criança negra"
§ Diretor do Museu Histórico da Cidade do Rio de
Janeiro.
§ Presidente da Fundação Cultural Palmares (MINC).
§ Membro do Conselho de Cultura da Secretaria
estadual de Cultura –
§ Superintendente de Cultura da Secretaria estadual
de Cultura
§ Subsecretário estadual de Defesa e Promoção das
Populações Negras
§ Subsecretário da Secretaria estadual de Justiça e Direitos
Humanos.
§ Diretor de Comunicação Social do Tribunal de
Justiça e também do Tribunal Regional do Trabalho
§ Representante do Brasil no Comitê Científico
Internacional da UNESCO para o Programa "Rota dos Escravos"
§ Consultor brasileiro do Programa Escolas
Associadas, da UNESCO.
§ Membro da Comissão de Comunicação Institucional do
Tribunal de Justiça.
§ Membro do Conselho Estadual de Tombamento do Rio de
Janeiro
§ Consultor Especial do Minc para o Programa
Centenário da Abolição
§ Membro do Comitê Internacional da Diáspora Negra,
Washington DC
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