Todos sabemos que a situação politica econômica e social do Brasil é calamitosa.
A partir de agora, este espaço trará informações de fontes diferenciadas, e análises conjunturais periódicas, para coadjuvar o entendimento de fatos e decisões políticas que precisamos acompanhar de perto, para que se possa participar efetivamente do que for possível fazer para entender mais e reagir.
A partir de agora, este espaço trará informações de fontes diferenciadas, e análises conjunturais periódicas, para coadjuvar o entendimento de fatos e decisões políticas que precisamos acompanhar de perto, para que se possa participar efetivamente do que for possível fazer para entender mais e reagir.
A cada dia se percebe o descaramento do grupo golpista de que todo o país é vítima. Se safam apenas um percentual minúsculo dos mesmos que vivem acima da realidade, pois são legisladores de seus próprios benefícios. As diferenças nós, os mortais, já estamos verificando nos mais simples atos: quando se recebe as contas mensais, quando se faz a feira semanal e, especialmente, quando somos surpreendidos com a violência social infundida, embutida e vertida de supetão nos atos degradantes deste governo que desdenha especialmente dos que já eram marginalizados, dos que agora perdem a vez de viver com alguma esperança.
Antes não vivíamos num mar de rosas. Especialmente se nos referimos aos últimos anos do governo Dilma, que de início apresentou resultados sociais fecundos, e manteve aberta a porta da inclusão social. Os mais sensíveis reclamavam o desprezo e o desrespeito pelos povos indígenas. Fomos decepcionados com o desmantelo de tantos ministérios ociosos, e o estreito espaço para o diálogo com a sociedade organizada. Mas, queríamos resolver os fatos da nossa indignação com o exercício da democracia. Acontece que os grupos interesseiros aproveitaram o desencanto do povo para tomar o poder, golpear a democracia e alastrar, com um golpe tão infame, o aprofundamento da desventura de um povo já sofrido.
Hoje, este governo golpista indiferente às necessidades do país, está de costas para as conquistas já alcançadas, e age, a bem da verdade, como já se podia esperar deste senhor tão TEMERário e inda mais TEMERoso.
O que está acontecendo, na realidade?
Trazemos aqui um artigo do professor Douglas Rodrigues Barros* - publicado na Carta Capital digital. Poderá nos ajudar a compreender os meandros políticos, os interesses escusos e as consequências desumanas e temerárias da gestão do governo golpista que está ai. Os grifos do artigo são nossos.
A VERDADE CATASTRÓFICA DE
UM GOVERNO GOLPISTA
Perante a vergonhosa derrota experimentada ante as obscuras forças de uma contrarrevolução sem revolução no Brasil se tornou oportuno apresentar seus resultados pelas medidas tomadas ao
toque de caixa pelo governo ilegítimo. Medidas estas que colocarão o país num
permanente estado de sítio.
Sabemos que uma crise acarreta a perda intensa de bens, mas não
só, as atuais crises mundiais levaram a perda de direitos em todo o globo. As
perdas monetárias não são um fim absoluto, porém, a perda de relações sociais é
impossível de ser recuperada com um pagamento. E o governo Temer é o governo da
desagregação social.
Com efeito, chamar o seu atual Ministro da Fazenda de
fundamentalista ortodoxo do neoliberalismo não é certamente má-fé, mas, em todo
caso, denota ingenuidade, tendo em vista que aí não se trata de convicção, se
trata de interesses. E, no caso em questão, de interesses ilícitos. Ele age com
a máxima: privatizar o lucro e socializar os custos. Quem pagará pelos custos?
Os mais pobres, os trabalhadores, os professores, etc…
As medidas impostas triunfam como um carrasco invisível para
centenas de milhares de trabalhadores. Infelizmente, elas cumprem um papel bem
orquestrado de continuação lógica ante uma reação que usurpou o poder e cujos
interesses são megalômanos e antissociais. A PEC 241/2016 que em síntese é o congelamento
de investimentos em áreas centrais como saúde, educação,
assistência
social e previdência é a face perversa de um modelo que aposta na
destruição social.
Mas, não é só isso: ao se manter essas áreas com investimentos
congelados, ou limitados à correção da inflação do ano anterior, se
deixará de investir na demanda crescente dessas áreas. Em outras
palavras, se sucateará o bem público. Essa é a face mais sanguinolenta desse
governo. Nesse ponto, há o total desmonte das garantias de saúde,
educação, previdência e assistência social da Constituição de 1988 e, aí, o
golpe revela ao que veio.
Ora, acima afirmei que se tratava de interesses ilícitos,
explico o porquê agora: na PEC 241/2016 há um parágrafo que diz o seguinte: § 6 – Não se incluem
nos limites previstos neste artigo (…) V- despesas com aumento de capital de empresas estatais não dependentes. O que isso significa? Ora, ao mesmo
tempo que a PEC acima passava pela CCJ (Comissão de Constituição, Justiça), no
submundo de Brasília era criado um Projeto de lei do senado (PLS) de número
204/2016 que visa legalizar um esquema financeiro ligado às empresas estatais não dependentes.
Empresas
estatais não dependentes são, na
verdade, órgãos parasitários feitos para a venda de papéis financeiros cujos
juros exorbitantes atingem 23% do valor dos papéis. Quem
irá pagar esses juros? O Estado ou Município. Para quem irá pagar? Para
investidores Seniores– os tubarões do
mercado financeiro. De onde sairão esses recursos? Daqueles que ficarão
congelados por 20 anos. Em suma, se congela os investimentos na educação e
saúde para repassar dinheiro público aos grandes banqueiros.
Dessa maneira, o governo Temer mata dois coelhos com uma
cajadada só; o primeiro, com o sucateamento das áreas essenciais garantidas
pela Constituição; o segundo, com a criação de empresas estatais não
dependentes que beneficiará os mais ricos realizando uma terceirização indireta
e forçada. Vulgarmente falando, o dinheiro que hoje vai para educação, saúde
e previdência irá para as mãos dos ricos e o governo ainda terá que pagar mais
23% de juros a estes.
Esse esquema, que foi o mesmo que dilapidou o Estado grego, já
está em curso em diversos estados do Brasil e sua realidade diabólica é a
geração de dívida pública sem contrapartida alguma. O governo de Michel Temer opta
por deixar de investir em setores sociais essenciais para pagar juros e
amortizações de papéis financeiros a grandes investidores. Em suma, é a
transferência brutal de recursos públicos para o setor financeiro.
O repasse dos custos às pessoas comuns em benefício dos grandes
investidores sempre esteve na agenda da direita. Nesse esquema ilegal, a
ocorrência de inadimplência em massa de governos municipais e estaduais será o
estipêndio pago pelos mais pobres e miseráveis aos mais ricos e investidores. O
aprofundamento da crise é, pois, o mais provável e será bem mais difícil de
resolver, em parte devido à nova profundidade e extensão e em parte fatalmente
por razões políticas.
Sendo assim, quando governantes e economistas especializados
parecem tão indiferentes e inconsequentes à propensão do aprofundamento da
crise, quando tão sorridentes ignoram os sinais de alerta no entorno, então, é
porque estão seguros de si. Quando uma taxa de desemprego sobe a treze
pontos percentuais e a persistência da perda de postos de trabalho se mantém, e
nada é feito, dá indícios do estado calamitoso da sociedade.
No momento em que escrevo há um sentido profundo assim como uma
abundância de provas tangíveis da gravidade de nossa situação: 1,5 milhões de
empregos foram perdidos e é o pior índice desde 1985. O cenário é de calamidade social
e o horizonte permanece decrescente. Não há nada de novo e não se
enxerga nenhuma alternativa realmente efetiva para a mudança do quadro em que
estamos.
A desagregação social parece uma realidade mais efetiva do que
qualquer mudança de rumo real. A apatia se generaliza e o berro verde e amarelo
consolidou o maior descalabro social da história do país, levado por
uma agenda em que se tira do mais pobre para dar ao mais rico. Por isso, os
comportamentos autodestrutivos desse governo precisam ser barrados antes que
seja tarde demais. Se torna imperativo que sua verdade seja barrada,
pois, dela emana a catástrofe.
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* Douglas Rodrigues Barros é escritor e doutorando em
filosofia pela UNIFESP.
Texto divulgado in:http://negrobelchior.cartacapital.com.br/verdade-catastrofica-de-um-governo-golpista/ 22 setembro 2016.-----------------------
Créditos Imagens:
1. Frente Brasil Popular - Foto de Paulo Pinto - AGPT
2. Temer e Meireles - http://negrobelchior.cartacapital.com.br/
3 e 4 - Foto de Paulo Pinto - AGPT - Av. Paulista 22.09.2016
5. Fora Temer - Foto de Carlos Villalba - EFE
1. Frente Brasil Popular - Foto de Paulo Pinto - AGPT
2. Temer e Meireles - http://negrobelchior.cartacapital.com.br/
3 e 4 - Foto de Paulo Pinto - AGPT - Av. Paulista 22.09.2016
5. Fora Temer - Foto de Carlos Villalba - EFE
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