
Nossa conversa parecia continuar
o último encontro que tivemos, em 2013, quando ele nos visitou. Falamos da
vida, das pessoas com quem convivemos e dos amigos com os quais ainda mantemos relações, embora estejamos espalhados pelas cidades do mundo. Lembramos do período em que, ainda jovens, participamos de projetos comuns, quando se iniciava a divulgação do Movimento dos Focolares no Brasil. Não nos
queixamos do tempo que passou, e ele ainda continua a estimular a minha fidelidade aos princípios e ao testemunho que Chiara Lubich legou ao mundo.


No site focolares.org.br encontra-se um registro da vida de Marco Tecilla, contada por ele mesmo, no final do ano passado, na Itália, diante de centenas de pessoas que representavam comunidades locais do movimento, em mais de cinquenta países. Abaixo, um resumo da sua história, para os que ainda não a conhecem:


E continua: Chiara nos falou da comunhão de bens e nos lançou um desafio - não se tratava de vender tudo o que se possuía para cuidar da comunidade. Sugeria que cada um doasse tudo aquilo de que pudesse se privar, sem causar dano a si mesmo nem à família. Levávamos à comunidade o que percebíamos ser, para nós, mais do que o suficiente. Assim, juntava-se peças de vestuário, víveres e, principalmente, dinheiro. Todos se comprometiam a contribuir com uma quantia fixa mensal. As doações eram recebidas com discrição, não se conhecia o doador nem a quantia doada. Tudo significava comunhão. "E que a mão esquerda não saiba o que faz a mão direita".

Neste processo, o entendimento do suficiente passava pelo crivo da nossa visão de mundo, e do nosso compromisso fraterno com os que integravam a comunidade. Não havia críticas ou controle quanto às atitudes de cada um a este respeito.

Como se fazia? Escolhia-se um trecho do Novo Testamento - que ainda hoje chamamos "Palavra de Vida" - e se procurava viver a sua mensagem por um determinado período. A Palavra de Vida se insere na atividade do nosso dia-a- dia, e nos ajuda a realizar o ajuste da nossa conduta à cultura do Evangelho, na relação com os outros em casa, no trabalho e entre nós.

O ideal de Chiara Lubich continuou a suscitar diferenciadas atitudes de solidariedade fraterna, de reciprocidade e de justiça social, como ainda hoje entre pessoas cristãs e não cristãs que, sinceramente, escolhem os valores e a prática de vida que o seu testemunho legou à humanidade.


Voltando à conversa com Marco Tecilla, no Skype, ao se despedir ele reiterou a importância de não se relaxar na atenção à vida no momento presente. Recomendou-me manter a troca de experiências com os amigos dessa grande família e não deixar esvair-se a alegria que se nutre do amor recíproco e fraterno. Impressionou-me a sua escuta e o seu cuidado atencioso e fraterno.
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Créditos imagens: Movimento dos Focolares.org.br - divulgação.
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