Hoje nos deparamos com uma assustadora informação
que nos chocou profundamente: o Secretário do Ministério da Cultura – Roberto
Alvim – tratou de apropriar-se da tradução literal de uma decrépita prática da ditadura nazista de anos atrás, apresentando-a em vídeo como uma orientação de sua pasta para a comunicação no país.
Vejamos
o que informa o jornal El País:


No dia 23/12/2019, o Papa fez um discurso dirigido ao corpo cardinalício da Cúria Romana. Coube a ele apresentar as propostas de mudança na prática de governança da Cúria. Na sua fala, referindo-se a cada pasta, o papa insistiu na importância da comunicação, e sugere aos Ministérios Vaticanos – ditos “dicastérios” – mudanças no modo como a comunidade eclesial deveria se comunicar com o mundo de
hoje.
Suas atitudes e palavras buscam identificar e iluminar critérios para dialogar, formular, produzir e divulgar informações nos moldes de comunicação da era digital e imagética. O modo de governar de Francisco, em diálogo com os responsáveis dos dicastérios, poderiam também servir aos políticos de boa vontade que se preparam para as próximas eleições no Brasil. O Papa nos mostra a urgente necessidade de se conhecer, de fato e na prática, os clamores das populações locais, para que se possa ir em busca de respostas, criando políticas e programas efetivos e eficazes de governo.
Suas atitudes e palavras buscam identificar e iluminar critérios para dialogar, formular, produzir e divulgar informações nos moldes de comunicação da era digital e imagética. O modo de governar de Francisco, em diálogo com os responsáveis dos dicastérios, poderiam também servir aos políticos de boa vontade que se preparam para as próximas eleições no Brasil. O Papa nos mostra a urgente necessidade de se conhecer, de fato e na prática, os clamores das populações locais, para que se possa ir em busca de respostas, criando políticas e programas efetivos e eficazes de governo.
“Estamos a viver, não simplesmente uma época de mudanças, mas uma
mudança de época. As mudanças já não são lineares, mas de época; constituem
opções que transformam rapidamente o modo de viver, de se relacionar, de
comunicar e elaborar o pensamento, de comunicar entre as gerações humanas e de
compreender e viver a fé e a ciência”.
“Obviamente,
não se trata de procurar a mudança por si mesma nem de seguir as modas, mas de
ter a convicção de que o desenvolvimento e o crescimento são a caraterística da
vida terrena e humana, enquanto no centro de tudo, segundo a perspectiva do
crente, está a estabilidade de Deus.” (*)
Falando sobre a tarefa do recém-criado Dicastério para
a Comunicação, o papa enfatiza: “A
perspectiva que se nos depara é a da mudança de época, pois ‘largas
faixas da humanidade vivem mergulhadas no ambiente digital de maneira ordinária
e contínua.’ Já não se trata apenas de ‘usar’ instrumentos de comunicação,
mas de viver numa cultura amplamente digitalizada que tem impactos muito
profundos na noção de tempo e espaço, na percepção de si mesmo, dos outros e do
mundo, na maneira de comunicar, aprender, obter informações, entrar em relação
com os outros. Uma abordagem da realidade que tende privilegiar a imagem com
relação à escuta e à leitura, influenciando o modo de aprender e o desenvolvimento
do sentido crítico". (Francisco - Exortação Apostólica pós-sinodal Christus
vivit, 86).

Lembremo-nos sempre de que, por trás de qualquer rigidez, jaz um desequilíbrio. A rigidez e o desequilíbrio nutrem-se, mutuamente, num círculo vicioso. E hoje essa tentação da rigidez tornou-se muito atual”.
Voltando à questão da “cultura”, retorno ao artigo de
Betinho, como oferta de clareza e de conhecimento de causa das dificuldades a serem enfrentadas em governos autoritários, como acontecia e volta a acontecer agora, em nosso país. O seu é um texto incisivo e ao mesmo tempo poético, cheio de fé, e carregado da vontade de enfrentamento e mudança. Muitos, como ele, se inscreviam no mundo cultural daquele período da ditadura militar.

Foi o mundo da cultura que primeiro aceitou o desafio de mudar. De criar um outro Brasil. Sem pobreza e sem a arrogância dos ricos.
Um Brasil totalmente simples, mas radicalmente humano. Um Brasil onde todos comam todos os dias, trabalhem, ganhem salários, voltem para casa e possam rir, beijar a mulher que ama, a filha que emociona, abraçar o amigo na esquina, se ver no espelho sem chorar pelo que não realizou”.
Inspirados nas palavras de Betinho, precisamos continuar sonhando e agindo, a fim de contribuir - como cidadãos e como políticos - em colaboração e de forma cooperante, na necessária e incessante caminhada de reconstrução da democracia em nosso país.
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Vós e que são felizes por se colocarem nas vossas mãos. Eu sei, meu Deus,
que devo mudar, se quiser ver o vosso rosto» (Meditazioni e preghiere, ed.
G. Velocci, Milão 2002, p. 112).
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Fonte
das informações, no corpo do texto:
https://brasil.elpais.com/brasil/2020-01-17/secretario-da-cultura-de-bolsonaro-imita-discurso-de-nazista-goebbels-e-revolta-presidentes-da-camara-e-do-stf.html
http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2019/december/documents/papa-francesco_20191221_curia-romana.html
Ano Novo – “O poder transformador da Cultura” – Herbert de Souza
http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2019/december/documents/papa-francesco_20191221_curia-romana.html
Ano Novo – “O poder transformador da Cultura” – Herbert de Souza
Crédito das Imagens
1. Recorte da imagem do vídeo do Sr. Roberto Alvim divulgada pela TVT.
2. Richard Wagner - reprodução:
http://www.terra.com.br/noticias/educacao/historia-richard-wagner-o-revolucionario.
3. Jesus em missão - obra de Adolfo Perez Esquivel - Prêmio Nobel da Paz - www.adplfoperezesquivel.org
4. Papa Francisco - O Pastor - www.centraldenoticias.radio.br
5. Cantadores de Viola - talha de JBorges
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