Vanise Rezende - clique para ver seu perfil

1º DE MAIO NO RECIFE - AS MÃOS SOLIDÁRIAS DO MST

05 maio, 2021

 

Saí de carro para trabalhar numa fria manhã de abril. No caminho vejo uma árvore em flor. Paro para olhá-la, tocado por sua beleza e luz. Terá sido assim, quando um dia fomos vistos - por uma pessoa, ou por Deus - atingidos pela nossa beleza e luz. Mas a árvore não conhece a sua beleza e a sua luz, e nós não conhecemos as nossas. Estão visíveis apenas para quem nos olha com atenção.”

Numa das rápidas visitas que faço aos amigos, no Facebook, encontrei esta mensagem, ilustrada por uma maravilhosa fotografia com um comentário de Luigino Bruni, ilustre professor de Economia numa universidade de Roma. Fui tocada pela imagem e por suas palavras. 

Ainda no Facebool, lhe escrevi: a imagem das flores e o teu comentário, fizeram-me parar para olhar a beleza que a Mãe Natureza nos oferece e nos inspira. A tua inspiração me sugere o olhar de Deus sobre cada um de nós, individualmente, o seu olhar de amor.

Eu estava sendo sincera. Para os dias sombrios que vivemos por aqui, nada como receber uma bela fotografia das pessoas que amamos, um maço de flores, um poema ou um vídeo engraçado. Tenho um amigo carioca que, sabendo que há mais de um ano vivo encerrada no meu apartamento (apenas faço uma caminhada nas ruas do entorno) todos os dias me envia duas imagens: uma da aurora estupenda que ele vê de sua janela, outra do insuperável pôr do sol do Rio de Janeiro.

Hoje, refletindo melhor sobre o que escreveu Luigino Bruni, me dei conta de que, a atenção de Deus sobre nós só será palpável, se emprestarmos a Ele o nosso gesto concreto, o nosso olhar e a nossa atenção, para que o Seu cuidado chegue a todos os que Ele ama.



 “Vinde benditos do meu Pai, para herdar o reino preparado para vós desde a criação do mundo. Porque tive fome e me destes de comer, tive sede e me deste de beber, era migrante e me acolheste, estava nu e me vestistes, estava enfermo e me visitastes, estava encarcerado e fostes ver-me.” Mt 25.35

Diante dessas palavras do grande mestre de Nazaré, podemos perguntar como “os justos” no julgamento das Nações:

E quando te encontramos com essas necessidades?

- Eu vos asseguro (responde o Nazareno): o que fizestes a esses irmãos menores, a mim o fizeste.

Hoje, os nossos irmãos menores são encontrados nas periferias das cidades ou perambulam pelas ruas, e sentem fome e sede, não têm como se cobrir nem onde pousar, encontram-se doentes, prisioneiros e solitários. São os que hoje são conhecidos como os descartados de uma sociedade da qual somos parte. São eles os mais vulneráveis, as maiores vítimas das pandemias de toda ordem que atingem o mundo e, particularmente, o nosso país.

Se prestarmos mais atenção - como tão bem sabia fazer Jesus, o Nazareno - poderemos chegar a eles de diversas formas e com os gestos mais simples. 

A nós, brasileiros - tão conhecidos como pessoas alegres, expansivas e solidárias - este chuvoso abril nos atinge com a informação de que já superamos as 400 mil mortes provocadas por uma pandemia de variadas faces. Uma dessas faces é o desemprego de 14,5% (Pnud Contínua 30/04/21), outra é a fome severa - basta visitar as comunidades das periferias urbanas das capitais.

Infelizmente, as circunstâncias deste chuvoso abril do Sul equatoriano são extremamente duras e muito dolorosas. Aqui - como se sabe - só contamos com a violenta negligência de um governo imoral e desatinado. São milhares de famílias destroçadas por suas perdas. Para muitas delas, a pessoa que perdem era seu único provedor. São incontáveis os que ficaram no desamparo, ampliando assim, dia após dia, as estatísticas das necessidades. 

“Tive fome e me destes de comer, tive sede e me deste de beber, era migrante e me acolheste, estava nu e me vestistes, estava enfermo e me visitastes, estava encarcerado e fostes ver-me.” Mt 25.35

No dia 1º de maio, no Recife, viu-se  um expressivo gesto de solidariedade: para comemorar a data, grupos de trabalhadores rurais ligados ao Movimento Sem Terra, conhecido como MST, organizaram caixas e mais caixas de hortifruti, no centro da cidade, para serem distribuídas com 30 comunidades periféricas da capital. Estavam ali, homens e mulheres da terra, oferecendo a produção do seu trabalho. E, numa demonstração simbólica de solidariedade, ofereciam quentinhas aos trabalhadores que passavam.

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Crédito das imagens 

1. Imagem na Toscana - IT - Luigino Bruni - Facebook

2. Comida para quem tem fome:  - http://sintrajufema.org/2021/04/20/solidariedade-de-classe-veja-como-a-base-do-sintrajufe-pode-participar-da-campanha-comida-para-quem-tem-fome/

3. Imagens do MST - Pernambuco   https://jc.ne10.uol.com.br/pernambuco/2021/05/12119359-movimentos-populares-fazem-ato-politico-e-doacao-de-alimentos-no-dia-do-trabalhador.ht -Divulgação Mãos Solidárias 


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