Hoje me surpreendi, logo cedo, quando lembrei que no próximo domingo será o DIA
DAS MÃES. O que significa que é mais um dia de comemoração ao Dia da
Mulher. É o dia de gratidão e afeto!
A minha surpresa se explica. A essa altura da
vida, prefiro não ocupar o tempo em vaguear nos Shopping Centers nem ver canais abertos de televisão. A imbecilidade e a propaganda - essa intensa agonia do vem pra cá, compre logo, corra que vai acabar - não me fazem bem, me distraem do essencial.
Mais do que antes – na velhice prolongada – a mesmice e o corre-corre não combinam com
o meu empenho de dedicar-me às coisas do coração, e a tudo o que me dá prazer e
paz.
Amigos e familiares sabem que sou capaz de deixar
o celular em qualquer canto da casa, e o esqueço... Ainda tenho coisas interessantes
a fazer, que não me deixam tempo para me ocupar, a todo instante, das inúmeras mensagens
que chegam. O celular espera. É paciente como eu. As urgências me chegarão com
um telefonema. Escolho um momento no dia para ler as mensagens e ver os
vídeos - especialmente quando o emissor me diz do que se trata. E gosto de responder de forma pessoal.
O que não quer dizer que não me interessa estar em dia com a situação desastrosa do meu país, e com a dor dos povos do mundo. Continuo comprometida com o exercício da cidadania, da justiça social, do respeito aos direitos humanos e da
defesa efetiva e pacífica das práticas democráticas aqui, e lá fora.
Comemoremos, pois, o dia das Mães – das mães e pais que cuidam amorosamente de seus filhos - ou que agora recebem deles o retorno do amor que lhe deram. Será também o dia das mães separadas e das mães adotivas, que cuidam de seus filhos com o afeto insondável e irreversível da maternidade. Será ainda o dia das mães solteiras, que fizeram essa escolha, porque o coração é mãe e pai.
E será o dia da viúva, na sua solidão e
saudade, da avó amorosa, de todas as tias e das meninas e senhoras cuidadoras dos "filhos dos outros"... E dos homens que são pais/mães, ah sim, que dão abrigo, atenção cuidadosa, carinho e educação
aos seus filhos. E é o dia das mães que já se foram...
Estarei a memorar, mais uma vez, minha mãe Ester, que há muito se foi, mas que está aqui, do meu lado, sempre me confortando, sempre me dizendo que importante é amar, por mais simples que seja o gesto.
À
minha mãe Ester
Sonhei tão lindo, um dia
Naquele bravo sertão
Inda menina eu vivia
Lá na casa sertaneja
De grande recordação.
Zump zump zump zump
Zarp zarp zarp zar...
Era o som do motorzinho
De uma Singer a costurar!
Que alegre era ela
Sete filhos a cuidar
Feito uma leve gazela
Ela cantava... cantava...
Sem nunca se lamentar!
Zump zump zump zump
Zarp zarp zarp zar...
Era o som do motorzinho
De uma Singer a costurar!
Hoje sonhei que de longe
Ela vinha anunciar
Que na vida tudo frange
E que eu cantasse e cantasse
Que um dia vem me buscar!
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Texto e poesia de Vanise Rezende
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