As mulheres brasileiras orgulham-se da tenacidade com que as três senadoras lutaram pelos direitos do povo trabalhador brasileiro, durante a votação da PLC-38, no Senado, nos dias 11 e 12 de julho de 2017. Há informações de que Eunicio Oliveira, Presidente do Senado, chegou a arrancar o microfone da senadora Fátima Bezerra (PT-RN), que estava na cadeira da presidência, ladeada por Gleise Hoffmann (PT-PR) e Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM). As três senadoras conduziram a sessão por duas horas, dando oportunidade a que várias pessoas protestassem contra a votação anunciada.
A seção "Política" da Carta Capital - em 12.07.2017 - abre com a seguinte informação:
"Depois que o Senado aprovou a reforma trabalhista,
na noite de terça-feira 11, Maia anunciou que não aceitará uma medida
provisória prometida em junho pelo presidente Michel Temer (PMDB). A MP,
que o Planalto se comprometeu a editar em acordo com senadores e
centrais sindicais, teria o objetivo de atenuar pontos da reforma em
troca da aprovação do texto pelo Senado sem mudanças".
O portal "Outras Palavras" anuncia: "Enquanto país se distrai com o futuro de Temer e a “agenda da
corrupção”, um homem comanda, em nome da aristocracia financeira e da mídia, as
contrarreformas que realmente importam ao Mercado". (Neste caso, se refere a outro "homem do Mercado": Henrique Meirelles).
E o "Justificando" - blog parceiro de Carta Capital - abre uma questão e faz sugestões:
"Diante de tudo isso, o que nos resta fazer?
À classe trabalhadora cabe definitivamente ocupar todas as fábricas, pressionar parlamentares e tomar as ruas pelo país, mobilizar uma greve geral por prazo indeterminado, buscar apoio em todos os segmentos da sociedade, enfim, parar os meios de produção.
Aos juízes, advogados e procuradores, compete construir uma racionalidade lógica e jurídica no sentido de fazer valer os direitos sociais consagrados pela Constituição Federal e reconhecer a ilegitimidade desse projeto de lei frente ao princípio da proteção e das normas internacionais de direito do trabalho".
À classe trabalhadora cabe definitivamente ocupar todas as fábricas, pressionar parlamentares e tomar as ruas pelo país, mobilizar uma greve geral por prazo indeterminado, buscar apoio em todos os segmentos da sociedade, enfim, parar os meios de produção.
Aos juízes, advogados e procuradores, compete construir uma racionalidade lógica e jurídica no sentido de fazer valer os direitos sociais consagrados pela Constituição Federal e reconhecer a ilegitimidade desse projeto de lei frente ao princípio da proteção e das normas internacionais de direito do trabalho".
A complementar essas informações, reporto o texto de Samuel Pinheiro Guimarães, que corrobora outras análises da situação.
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Meirelles - o presidente invisível
Por: Samuel
Pinheiro Guimarães
12/07/2017
1. Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, ex-presidente do Bank of Boston e durante vários anos
presidente do Conselho da J e F (de Joesley), de onde saiu para ocupar o
ministério da Fazenda, procura, à frente de uma equipe de economistas de linha
ultra neoliberal, implantar no Brasil, na Constituição e na legislação uma
série de “reformas” para criar um ambiente favorável aos investidores,
favorável ao que chamam de “Mercado”.
2. Henrique Meirelles já declarou, de público, que se o presidente Temer
“sair” ele continua e todos os jornais repetem isto, com o apoio de economistas
variados e empresários, como Roberto Setúbal, presidente o Itaú.
3. Estas “reformas” são, na realidade, um verdadeiro retrocesso
econômico e político. Estão trazendo, e trarão, enorme sofrimento ao povo
brasileiro e grande alegria ao “Mercado”.
4. Enquanto crucificam o povo brasileiro e em especial os mais pobres,
os trabalhadores e os excluídos, o debate político fica centrado na corrupção,
desviando a atenção da classe média e dos moralistas, em torno de uma
verdadeira “novela” com heróis e bandidos.
5. Discute-se se Michel Temer levou ou não “contribuições pessoais” e se
foram 500 mil ou 20 milhões, a prazo; se o senador Aécio Neves pediu uma
propina ou um empréstimo (informal!!) de 2 milhões de reais; se a JF corrompeu
quem e quantos e ficaram livres de pena; se o Joesley merecia o perdão; se
Sérgio Moro, juiz de primeira instância, é ou não a principal autoridade
judiciária do país, acima da lei; se o ministro Marco Aurélio é justo; se o
ministro Gilmar Mendes é imparcial etc etc etc.
6. O tema verdadeiramente importante é a tentativa das classes
hegemônicas brasileiras, aqueles que declararam ao Imposto de Renda ganharem
mais de 160 salários mínimos por mês (cerca de 160 mil reais) e que são cerca
de 70 mil pessoas e que constituem, em seu conjunto, aquela entidade mística
que os jornais e analistas chamam de “Mercado”.
7. O “Mercado” contra o Povo.
8. De um lado, o “Mercado”:
- os empresários, promotores do Pato e financiadores do MBL; exceto aqueles que já se deram conta que Meirelles é contra a indústria;
- os rentistas;
- os grandes proprietários rurais (entre eles o senador e Ministro Blairo Maggi e o avião interceptado pela FAB);
- os grandes proprietários urbanos;
- os banqueiros (não os bancos) e seus lucros;
- os gestores de grandes empresas privadas, modestos ex-professores universitários;
- os proprietários dos meios de comunicação;
- os grandes executivos brasileiros de megaempresas multinacionais;
- os professores universitários, formados em universidades estrangeiras, em teorias próprias dos países desenvolvidos e que, mesmo lá, fracassam;
- os economistas e os jornalistas econômicos, empregados do Mercado.
- os 53 milhões de brasileiros que recebem o Bolsa Família, isto é, cuja renda mensal é inferior a 182 reais;
- as dezenas de milhões que são isentos do imposto de renda por terem renda inferior a 2.500 reais por mês;
- os 61 milhões que estão inadimplentes, com seus crediários;
- os 14 milhões de desempregados;
- os 3 milhões de crianças fora da escola;
- os mais de 11 milhões de habitantes de favelas (hoje chamadas comunidades!!);
- os subempregados;
- os 47 milhões que ganham menos de um salário mínimo por um mês;
- os milhões sem remédios e sem hospital.
10. O programa econômico de Henrique Meirelles é o verdadeiro inimigo do
povo! Não é a corrupção que distrai a atenção da verdadeira catástrofe que está
sendo consolidada na legislação através de um Congresso que representa
principalmente empresários, banqueiros, proprietários rurais, rentistas, etc.
11. O Mercado agora deseja colocar um presidente de imagem limpa para
que, como disse o Roberto Setúbal, na Folha de São Paulo, o importante
são as “reformas”! Não importa quem as conduza!
12. É preciso lutar com todas as forças contra este programa de
“retrocessos” disfarçados, cinicamente, de “reformas” a “favor” do Povo!
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Créditos das Imagens:
1. Votação PLC-38 - 12/07/17. Foto: Marcos Oliveira - Agência Senado
2. Manifestantes contra G-20 em Hamburgo. Foto: Steefi Loos/AFP
3. Temer e Meirelles - em artigo de Belchior.
4. O Mercado - www.canstockphoto.com.br
5. Os ricos e os pobres - www.canstockphoto.com.br
6. Escravatura - foto painel Abelardo da Hora - Recife-PE.
Nota: As imagens publicadas neste blog pertencem aos seus autores. Se alguém possui os direitos de uma delas e deseja que seja removida deste espaço, por favor entre em contato com vrblog@hotmail.com
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