Os percentuais sobre a distribuição da riqueza, no mundo, só piora para a maioria dos países. E a desproporcional desigualdade piora a situação das populações mais pobres. Para o resíduo grupo dos mais ricos - um número que se pode contar nos dedos das mãos - a riqueza cresce aceleradamente. Aliás, os mais ricos viram a sua riqueza dobrar, durante a pandemia. Recentemente, assisti ao vídeo de uma jovem herdeira da família Disney. Ela dizia que se sentira muito mal ao receber uma riqueza tão exorbitante. E tratava de ver como utilizar parte da sua riqueza em benefício do bem comum. Mas essa é uma atitude que vira notícia, de tão rara que é.
Hoje, mais uma vez, falamos desse cenário iníquo, divulgado recentemente pela OXFAM Internacional - uma confederação de 19 organizações e mais de três mil parceiros. A Oxfam atua em mais de 90 países, por meio de campanhas, programas de desenvolvimento e ações emergenciais, inclusive no Brasil. Sua primeira filial internacional foi criada em Oxford, na Inglaterra, em 1942. Tem sua sede em Nairóbi, no Quênia. A sede brasileira foi criada em 2014, em São Paulo. Deixo abaixo o link para quem desejar contribuir com as atividades da Osfam, no Brasil:
htps://www.oxfam.org.br/transparencia/?_ga=2.254870792.1801124801.1642513474-803831051.1642513474
--------------------------------------------
Fortuna dos mais ricos dobrou desde o início da pandemia, diz relatório da Oxfam
Renda de 99% das pessoas caiu, e 160
milhões foram empurradas para a pobreza; patrimônio de bilionários registrou
'aumento sem precedentes'
A fortuna dos dez homens mais ricos
do mundo dobrou desde o início da epidemia, segundo um relatório divulgado
nesta segunda-feira (17/01) pela ONG Oxfam. O documento também revela que a
renda de 99% das pessoas caiu e 160 milhões foram empurradas para a pobreza, o
que evidencia "as desigualdades econômicas, de gênero e raciais, que
destroem o mundo."
De acordo com o relatório intitulado "As
desigualdades matam", a fortuna acumulada de todos os
bilionários registrou "um aumento sem precedentes" de US$ 5 trilhões,
chegando, no total, a US$ 13,8 trilhões. De acordo com a revista Forbes, as dez
pessoas mais ricas do mundo são Elon Musk (Tesla), Jeff Bezos (Amazon), Bernard
Arnaud (LVMH), Bill Gates (Microsoft), Mark Zuckerberg (Meta/Facebook), Waren
Buffett (Berkshire Hathaway) e Larry Ellison (Oracle).
Segundo a ONG, é possível vencer a pobreza impondo taxas
progressivas. A Oxfam também recomenda a quebra das patentes das vacinas. Em
entrevista à RFI, Quentin Parinello, porta-voz da Oxfam na
França, explicou que na África, sem apoio dos governos, a crise sanitária
piorou ainda mais a situação das classes menos abastadas. "No continente
africano, a precariedade aumentou ainda mais. Podemos observar que a retomada
econômica é bem mais proeminente nos países desenvolvidos do que na África, e
isso tem, naturalmente, uma relação com o acesso às vacinas", declarou.
Os recursos públicos usados para apoiar setores atingidos pela
crise sanitária acabaram beneficiando os mais ricos, ressalta o representante
da Oxfam. "Se pegarmos o exemplo da França, a fortuna dos bilionários
cresceu € 236 bilhões durante a crise e isso não está relacionado à atividade
econômica das empresas, mas ao apoio do governo em resposta à crise, que
injetou bilhões de euros no mercado financeiro", salienta.
"Se observarmos a história, existem casos que mostram que,
se adotarmos a boa política, financiando mais o setor público e a proteção
social, podemos lutar contra as desigualdades. Elas não são uma fatalidade, são
o resultado de escolhas políticas. É financiando modelos sociais mais
protetores, e os financiando com impostos progressivos, que seremos capazes de
lutar de maneira durável contra as desigualdades".
Cerca
de '21 mil mortes por dia'
Segundo a Oxfam, as desigualdades
contribuem para a morte de pelo menos "21 mil pessoas por dia". Os
óbitos estão relacionados à falta de acesso à saúde, à violência de gênero, à
fome e à crise climática.
O documento ainda revela que uma taxa
excepcional de 99% sobre os ganhos obtidos com a pandemia pelos dez homens mais
ricos do mundo permitiria a produção de uma quantidade suficiente de
imunizantes para a população mundial, a criação de uma proteção social e médica
universal e o financiamento de medidas de adaptação ao clima, além da redução
da violência de gênero em 80 países.
Ainda assim, os bilionários ainda
teriam US$ 8 bilhões a mais em relação ao período pré-epidêmico. "A
pandemia foi formidável para os bilionários. Os bancos centrais injetaram
trilhões de dólares no mercado financeiro para salvar a economia, e uma boa
parte desse dinheiro acabou no bolso dos bilionários", diz a Oxfam.
De acordo com o Fórum Econômico
Mundial, as desigualdades de acesso às vacinas contra a covid-19 podem enfraquecer
a luta por causas internacionais, como as mudanças climáticas. Neste ano, o
Fórum de Davos presencial foi adiado para o verão (no hemisfério norte) por
conta da variante ômicron, e acontece à distância até o dia 21 de janeiro.
-----------------------------------------------
https://operamundi.uol.com.br/politica-e-economia/72759/fortuna-dos-mais-ricos-dobrou-desde-o-inicio-da-pandemia-diz-relatorio-da-oxfam?bol
Crédito das Imagens:
1. G82007LeadersBigheads.jpg
2. Imagem RFI, Paris França.
Nenhum comentário :
Deixe seu comentário: