Vanise Rezende - clique para ver seu perfil

CAMINHOS VIAJANTES


Algumas palavras 
de introdução

A melhor viagem é aquela que nos leva em busca do inusitado, de caminhar tranquilos pelos nossos roteiros pessoais, sem estar a correr em grupos com um ritmo igual para todos, evitando participar de programas arrojados em grandes grupos.



O prazer de viajar não está na aventura de se conhece o maior número de cidades no menor tempo possível. 

É bem diferente: é a possibilidade de  nos enriquecer da cultura de outros povos, observar outros modos de viver, de falar, de alimentar-se e de acolher os que vêm de fora para conhecer o lugar visitado. Assim, é inevitável comparar hábitos, comidas, serviços, paisagens, idiomas, e outros jeitos de estar no mundo.

Quando alguém viaja para se divertir, inicialmente tudo pode surpreender, parecer agradável ou mesmo esquisito e, às vezes, difícil de compreender. 

A bagagem indispensável para esse tipo de viajante é a abertura para o novo, para o diferente de si, curtindo  as diferenças onde essas podem aparecer de um modo mais  estranho e contundente. O aprendizado no diálogo das diferenças e entre diferentes é muito gratificante e nos educa à abertura para o outro.

Logo após ter completado meus vinte e um anos, iniciei minha primeira viagem à Europa. Há muito e muito tempo atrás. Ainda eram os tempos Panair do Brasil. 

Viajava para participar de um Congresso Internacional de meu interesse, em Frankfurt, para conhecer mais profundamente a espiritualidade de Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, que apenas iniciava seus contatos com pessoas da América do Sul. 

Na verdade, eu era uma viajante em busca de mim mesma, de uma ideia pela qual valesse a pena empenhar os anos da minha juventude. E foi por isso mesmo que - após o congresso - pedi a autorização dos meus pais para me deter em Roma. Queria conhecer mais de perto a experiência dos "Focolares". 

Meus pais me deram seu apoio, com a recomendação de que eu me matriculasse na universidade e conseguisse um trabalho para me manter. Na época, Roma contava com uma universidade que acolhia estudantes do então chamado "terceiro mundo" - e o Brasil fazia parte desse grupo. Por sorte, o curso que eu escolhi - de Comunicação Social e Jornalismo - me abriu a possibilidade de trabalhar na Radio Vaticana, no setor de língua portuguesa. 

A universidade foi um excelente espaço para encontrar pessoas de culturas muito diversas da latino-americana, como asiáticos muçulmanos e africanos de culturas tribais. Entre nós, estudantes, havia um sentimento de abertura diante das nossas diferenças de costumes e credos. 

O interesse por essas culturas me trouxe um grande enriquecimento humano, e me impulsionou a iniciar um prazeroso aprendizado sobre os países dos outros, assim como eles se interessavam pelo meu. Os contatos com os meus colegas me instigaram a compreender melhor que as nossas diferentes diferenças ao invés de nos separar, com suas específicas características, nos aproximavam, levando-nos ao exercício da troca e da boa convivência. Eles me traziam a oportunidade de ser efetivamente  partícipe da família humana universal.

Ao considerar, hoje, este fato, percebo que "diferentes" somos todos, e cada um é um "diferente" especial e único. São justamente as características únicas que encontramos, a nos abrir a mente e o coração para os povos do mundo e suas riquezas culturais.  

Voltando ao Brasil, cinco anos depois, percebi que eu já não era a mesma. Os anos haviam passado, as minhas escolhas agora eram diversas, me percebia mais madura. Mesmo sentindo que eu estava voltando ao meu pequeno mundo, cuidei de não perder jamais a amplidão do olhar alargado sobre a humanidade. 

Os anos passaram... Mais tarde, nas minhas caminhadas viajantes, já mãe de família, habituei-me a procurar evitar as práticas turísticas que iam em busca de conhecer os cartões-postais das cidades visitadas. 

O que gosto mesmo - durante as viagens - é caminhar sem pressa, observar, descobrir, me perder, curtir e fotografar os lugares que me agradavam. Tenho encontrado coisas maravilhosas, sempre que me concedo o inusitado, especialmente as pequenas cidades ou lugarejos que circundam os grandes centros urbanos. Essa é a experiência que me leva a trazer aqui minhas  anotações sobre "viagens". 

Pouco a pouco, reproduzirei aqui as notas dos meus "cadernos viajantes", o que o vi e o que me emocionou. Poderá servir a outros que, como eu, gostam de conhecer novas culturas e, quando podem, arriscam ir conhecê-las.

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 A CURTIÇÃO DA VIAGEM ANTES DE PARTIR

É muito importante que cada viagem seja bem programada, estudada, descoberta nos mapas - antes de executá-la - descobrindo os comentários de outros viajantes nas páginas da internet e nas fotografias, vídeos e comentários realizados por outros que nos precederam. Recentemente, uma das minhas filhas fez uma interessante viagem descobrindo paisagens sugeridas em romances que ela havia lido ou em filmes rodados na Inglaterra que era o seu destino principal. Essas pequenas motivações nos levam a roteiros inusitados.

O sabor da preparação de uma viagem é como a expectativa da realização de qualquer outro projeto: um nascimento, um casamento, uma comemoração especial... Precisa-se do tempo de preparação, do desejo, da espera e do sonho.

Daí a importância de um roteiro básico, verificando-se o que nos interessa mais e o que nos conecta pessoalmente aos lugares a serem visitados. É bom começar a "viajar" primeiro sobre os mapas da futura expedição. Assim fizeram os grandes descobridores que, no entanto, viram e descobriram lugares bem diferentes do que esperavam conhecer. 

Começa-se por buscar a informação sobre o clima que se vai enfrentar, e reservar as roupas mais adequadas... Sem acumular muitos itens de troca, pois o volume da bagagem pesa muito sobre o prazer da viagem, especialmente quando se vai com um programa itinerante. 

Nada como as atuais valises de rodinha, para carregar apenas o "suficiente" e uma mochila nas costas para os itens essenciais. Assim, é possível circular nas estações de trem e nos aeroportos com a leveza e o prazer de quem está mesmo a passear! 

Ao preparar as roupas, convém fazê-lo com a ideia de que não se está indo para uma festa social, mas para um passeio no qual ninguém vai nos cobrar como estamos vestidos, ou quantas vezes utilizamos as mesmas camisetas e os mesmos calçados. Estaremos quase sempre entre pessoas que não nos conhecem e nem as conhecemos. Basta uma roupa especial para quando se for ao teatro, para quem curte essa arte. 

Se alguma pessoa que nos acompanha curte carregar suas joias, para ter a preocupação de mais um cuidado, ou de combinar sapatos e bolsas com as cores de suas roupas, não precisaremos imitá-las nem nos intimidar com a nossa simplicidade. Estaremos - isto sim - bem mais despreocupados e leves nas caminhadas. Importante mesmo são sapatos cômodos e algumas roupas adequadas ao clima local. 

Aprendi muito nas viagens que fiz por este mundo afora. Já carreguei maletas enormes pelas escadarias da "Stazione Termini", em Roma, ou nos metrôs de Paris... E descobri que a leveza da bagagem é proporcional ao nosso bem estar e à comodidade da viagem

A escolha do período da viagem

O mais importante para a  preparação da viagem é fazer uma verificação antecipada dos dias "feriados" e das "festividades" que coincidirão com a estada nos países a serem visitados.  As consultas ao calendário são importantíssimas também para aqueles que amam visitar museus e ver peças teatrais ou recitais de música. 
Em resumo, o viajante deve sempre se informar, antes de marcar sua viagem.








  • Sobre possíveis variações climáticas. Lembrando que, mesmo em época de verão, deve-se contar com um casaco de meia estação, em couro ou gabardine, para nos proteger das variações climáticas;
  • Para quem ama teatro e concertos, a compra de ingressos antecipados é uma boa estratégiaara se o evento é do seu interesse; 
  • Informar-se em tempo sobre o dia de fechamento semanal dos museus e parques que se deseja visitar;
  • Informar-se também sobre celebrações históricas, e outras comemorações previsíveis no local a ser visitado;   
  • Dia da feira de rua - há pessoas que adoram passear nas feiras de rua das cidades. Daí a necessidade de anotar as datas e locais;
  • Informar-se, também, sobre o dia semanal de entrada gratuita nos museus a serem visitados.                                                                            
Um item indispensável nas viagens - que cabe na bolsa - é um pequeno caderno de anotações,  para você ter uma 'memória' que certamente lhe ajudará a identificar os locais das inúmeras fotos realizadas no percurso; 

Há lugares que têm festividades especiais em certos períodos, como por exemplo:  o aniversário do muro de Berlim (na Alemanha), as festividades da Páscoa em Sevilla (ES);  as festas populares das cidades  toscanas de Siena e San Geminiano, na Itália, ou o dia 4 de outubro (festa de São Francisco) em Assis, e o carnaval em Veneza e, também os períodos de apresentações em grande estilo do fado, em Portugal. 

Um caderninho ou dicionário de bolso também será útil, para visitar países cujo idioma não conhecemos. Neste caso, é bom ter escritas algumas frases "pré-fabricadas". 

Creio que nunca é demais alertar para se pensar em tempo na documentação necessária para a entrada nos países que queremos visitar. 

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DICAS DE ALGUNS LUGARES

Minhas experiências de viagem - que aos poucos irão ocupar os registros deste espaço - são, especialmente, em países da Europa e da América Latina.  

Na Europa, há lugares para encher o olhar de beleza (Paris e Veneza); outros para encher o espírito de luz (Assis - na Itália; Santiago de Compostela - no norte da Espanha, e o Vaticano, vizinho a Roma). Há paisagens naturais extraordinárias e para todos os gostos (praias, montanhas, e lugares do período medieval como Cartagena, e o Mont Sant Michel e na França. Outras cidades são mais conhecidas por seus jardins, como Amsterdã (Holanda) Bruxelas (capital da Bélgica), o Jardim de Monet em Giverny (França), ou o Jardim de Luxemburgo, perto de Paris (França), ou o Parque da Villa Borghese, em Roma (Itália), e, ainda, os jardins de Granada (Espanha).

Em Roma, há lugares para nos encher de emoções, que lembram velhos filmes, como "A princesa e o plebeu." Há monumentos históricos como o Coliseu, o Forum Romano, o Pantheon, o Monte Palatino e o Museu do Vaticano, onde se encontra essa pintura ao lado, de Michelangelo, na Capela Sistina, chamada Sibilla di Delphos. 

Os pontos turísticos românticos são: a Fontana di Trevi; a Piazza Navona; a Piazza di Sapgna e a Villa Borghese (onde foi construída a casa de veraneio da família Borghese, hoje um museu imperdível com tapeçarias e peças de arte maravilhosas). 



Entre as igrejas a serem visitadas, em Roma, além da Catedral de São Pedro, há a Igreja de Santa Maria del Popolo (com excelentes obras de arte); e São Pedro in Vincoli (onde se encontra o Moisés de Michelangelo), além da Igreja de Santa Cecília in Trastevere, muito bonita por sua localização e os seus jardins.




Há ainda a célebre igreja de Santa Maria in Cosmedin, numa praça homônima, em cuja entrada fica a fonte  celebrizada no filme de Fellini (A princesa e o plebeu). É A Boca da Verdade - La Bocca della Verità. É uma esculpida em mármore, com uma face humanoide e uma larga boca. Tem uma antiga lenda de que aquele que insere a sua mão naquela boca, e  for um mentiroso, sua mão fica retida para sempre. 
O bairro de Trastevere é um dos mais populares de Roma, com suas ruas estreitas para se conhecer a vida da cidade. Fora de Roma é interessante visitar as antigas Termas de Caracalla. 

Viagens de trem e suas paisagens, na Europa

Não esqueço a viagem que fiz da Itália até Viena, saindo de Pádua - cidade do norte da Itália. Não fui de trem expresso - na ocasião ainda não haviam chegado na Itália. Esses, se por um lado nos fazem ganhar tempo de viagem, por outro nos impedem de ver as belas paisagens do seu percurso, como acontece com o trem bala. Gosto  muito de viajar contemplando a paisagem que vai mudando, uma após outra, na passagem do trem... Para quem está viajando por mais de um país, o tempo da contemplação da paisagem - que também muda de característica, cor e aspecto - concorre para que o turista possa refletir sobre o que viu, vivenciou e contemplou no período anterior, e se prepare para novas emoções. Na viagem de Pádua a Viena, fiz um passeio, com o olhar, por montanhas e vales lindíssimos, em tempo de primavera. Uma experiência que ainda hoje tenho vontade de repetir. 

FRANÇA 

Fiz uma viagem de exploração da França, há poucos anos atrás, com uma querida amiga do Recife. A proposta era visitar várias cidade da França. Foi uma ocasião única, pois tínhamos onde nos hospedar em Paris. Passamos cerca de um mês no vaivém por várias cidades francesas. Deixávamos as malas na sala de estar do pequeno apartamento em Paris. Voltávamos após alguns dias de viagem, a fim de nos refazer. As passagens de trem havíamos comprado aqui no Brasil - fica mais em conta, e não é necessário marcar datas antecipadas, só um determinado período. As despesas com alimentos ficavam por nossa conta, para não sobrecarregar a nossa anfitriã. Em alguns fins de semana tínhamos a alegria de contar com a sua companhia, quando ela nos acompanhava para algumas cidades próximas que ainda não conhecia. 


A poucos quilômetros de Paris há três roteiros imperdíveis: 

O mais próximo é o palácio de Versailles e os seus belos jardins, lugar indispensável para todo turista que vai a Paris. Vale a pena passar um dia por lá. 

O segundo roteiro são os jardins de Monet: é necessário sair de manhã cedo em direção à Gare Saint Lazare lá pegar um trem para a pequena cidade de Vernon.  Na estação há ônibus (precisa verificar, antes, os horários de saída e retorno) que levam a Giverny, onde está a casa de Monet e um magnífico jardim com ninfeias, pontes e lagos.  

Antes de visitar esse espaço de sonho, convém conhecer as pinturas de Monet. Assim, ao caminhar pelos jardins pode-se contemplar, "ao vivo" as paisagens criadas pelo pintor, onde ele mesmo vivia. Para este segundo roteiro pode-se sair cedinho de Paris e estar de volta no mesmo dia. O terceiro roteiro é...


MONT SANT-MICHEL 


Trata-se de uma magnífica arquitetura de um castelo medieval na grande baia que o hospeda, na Normandia. É um dos mais frequentados pontos turísticos da França. A grande abadia tem uma estátua de São Miguel em seu topo, e possui várias edificações ao seu redor, além da abadia. 

A história da abadia começou no Século VIII (708), quando foi iniciada a construção de um santuário em honra a São Miguel Arcanjo (Saint-Michel). No século X os monges beneditinos se instalaram na abadia iniciando, assim, a formação de uma vila ao seu redor. A abadia serviu de fortaleza durante a Guerra dos Cem Anos - entre a França e a Inglaterra - e tornou-se, na história da França, um símbolo de resistência nacional.  Mais tarde, durante a Revolução Francesa (1789/1863), os monges foram dispersados e a abadia funcionou como prisão. Hoje, o monumento é considerado, pela UNESCO, parte do Patrimônio Mundial. Atualmente há uma passarela que serve de plataforma de acesso à ilha onde está situado o mosteiro e um serviço especial de atendimento aos turistas. De Paris, leva-se um dia saindo e voltando de trem. A construção impressiona por ser monumental e um pouco sombria. 

O que é mais impressionante, em Saint-Michel, é que se trata de um gigantesco e maravilhoso monumento construída numa ilha, dando a impressão de que surgiu de dentro do mar... No período de verão a vista é espetacular! 

Há outros roteiro muito interessantes, caso você tenha tempo para conhecer e curtir mais as cidades charmosas e históricas da França. Vejamos...



A CIDADE CATEDRAL

Da França, confesso que mais importante do que conhecer a torre Eiffel, em Paris, convém "perder" um dia para ir à elegante e histórica cidade de Chartres, famosa no mundo inteiro, por sua arquitetura magnífica, exuberante, seus vitrais belíssimos, e a luz natural que entra no seu interior, com possibilidade de fotografias excelentes. 

O labirinto faz parte do piso da grande basílica, com nichos belíssimos de vários santos. Por razões de proteção e de manutenção, o "labirinto" só  é visitado uma ou duas vezes por semana. Pode-se ir a Chartres e voltar no mesmo dia a Paris, viajando tranquilamente de trem. 

O "passeio" pelo labirinto é um momento de contemplação pessoal e "encontro" com outros turistas que cruzam o nosso caminho, na tentativa de acertar as linhas coordenadas para a saída. Mas, não se trata de uma brincadeira e sim de um momento de profunda reflexão e, para os que creem, de oração. Convém ler sobre a história da Catedral antes de visitá-la.

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SUIÇA - GENEBRA, CHAMONIX E O MONT BLANC


Conhecer Chamonix, de onde se pode contemplar mais de perto o Mont Blanc - o mais alto cume dos Alpes e da Europa Ocidental -  é uma viagem de sonho!  A beleza se expressa nas montanhas cobertas de neve - o que se pode observar desde o início da viagem - e nas casas suíças com seus telhados de madeira inclinados, para facilitar o deslize da neve durante o inverno. A dica é sempre viajar durante o dia e, se for de trem, reservar lugar nas janelas para a necessária contemplação da paisagem. 

A pequena cidade de Chamonix é charmosa e acolhedora. Tudo fala de montanha, frio e neve... E uma beleza estremada! Hoteis agradáveis, passeios de charrete e de trenzinho, comida agradável... tua ao preço do turismo característico da região. Para os mais ousados, a subida aos alpes gelados... Mas há muito o que ver e curtir pela cidade. Dois dias bastam para contemplar, mas para repousar, uma beleza!Em 1860, após o Tratado de Turim, Chamonix tornou-se um território francês e começou a ser chamado Chamonix-Mont-Blanc. Os detalhes da história dessa região estão descritos nos memoriais instalados na praça central de Chamonix-Mont-Blanc, de onde se pode contemplar o encantador monte sempre coberto de neve com a sua brancura estupenda. Há uma funivia que leva os turistas mais ousados à proximidade do cimo. Na cidade há várias pousadas e hotéis de todas as estrelas, entre eles alguns disputam a oferta das visões mais bonitas do lugar.

No centro da cidade francesa de Chamonix-Mont-Blanc encontra-se a estátua de Horace-Bénédict de Saussure junto ao guia de montanha Jacques Balmat  que aponta o cume do Monte Branco, onde o nturalista e geólogo suiço pretendia realizar experiências. As escaladas realizadas por Horace-Bénédict na região são consideradas um evento fundador do alpinismo na Europa.  

É a paisagem que faz o turista ir até lá. Mas, descobri que a pequena cidade tem muitos encantos, como o passeio de charrete ou no próprio trenzinho que circula com turistas que curtem descobrir o deslumbramento de recantos de uma cidade muito bem cuidada,  preparada para recebe-los, e com muitos recantos para descobrir.  

É uma escolha maravilhosa para quem faz turismo com calma, gosta de caminhar pelas ruas e, especialmente, deseja fazer uma pausa de viagem para reconstituir suas energias.  É também um agradável lugar de para passeio para os enamorados. O acesso a Chamonix pode ser feito de carro, ou tomando-se um trem em alguma cidade do nordeste da França ou em Genebra, na Suiça.  Dada a beleza da região, é também uma cidade cara, pois vive do turismo. Da última vez que estive por lá nos acomodamos num hotel de preço razoável – Ibis, uma rede de hotéis presente em muitos países, inclusive no Brasil.

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LISBOA DE ENCANTO E BELEZA





Quase sempre acontece, como hoje, 
encontrar-me diante de uma página 
em branco, em busca de inspiração para
postar neste espaço. Por vezes consulto
os assuntos que listei, a fim de pesquisar 
mais... em busca de novas informações.
Não sei por que razão ou sem razão 
alguma, lancei o olhar na minha 
pequena biblioteca  uma parede de
estantes de madeira - e, casualmente,  
e peguei um dos meus cadernos 
de viagem, com anotações de uma 
das minhas visitas a Lisboa.
Então, falemos de Lisboa!




Decidi, então, viajar até aquela cidade tão aconchegante, tão
 cheia de prazerosas surpresas, e de um sem número de
 convites ao deleite do visitante. Será necessário fazer aqui uma confissão, para que se entenda o quanto amo Lisboa - qualquer que seja o porquê e o para onde estou indo à Europa e, no decorrer da vida estive lá algumas vezes, e sempre volto ao desejo de retornar...
Minhas viagens ou iniciam ou se concluem com uma estada em 
Lisboa. Trata-se de uma relação de afeto com a cidade e o seu povo, como se minhas raízes chegassem até lá (ou de lá viessem) fincadas no meu coração. Vamos às anotações.

                                                    
Dessa vez resolvi fazer um programa sem citytour e sem guia... Sai de ônibus, digo  de autocar – cuja fila de espera ainda não era tão grande (uma "bicha" pequena, pois!). Desci na Praça Marquês do Pombal. De lá peguei o metrô (ops! a metropolitana?) até a estação São Sebastião, próximo à Av. Berna, onde fica a Fundação Calouste Gulbenkian para visitar o museu local. Uma contemplação prazerosa e rica de surpresas!


Algumas peças me prenderam mais a ateçao e, se não me engano tratavam-se de inconografias extra coleção - "O Inverno" – (Millet), a "Bolha de Sabão" (Edouard Manet) e uma outra, parece-me que "O arco-íris"... Passeei o olhar - sem pressa - em algumas esculturas:"Flora" (Rodin); "Diana" (Houdon); além das esculturas de Carpeaux.


Mais adiante os auto-relevos chineses em marfim; e os vasos, objetos e tecidos maravilhosos da antiguidade chinesa e egípcia (Séc. XI a XVI), além dos tapetes flamencos do Séc. XVI, da ouriversaria francesa e dos móveis de Luís XV e XVI.









Extraordinária a louça de jade das diferentes "famílias chinesas" (verde, rosa, etc.). Curiosas as coleções de pratarias e de moedas. O contato com civilizações tão antigas promovem em nós latino-americanos um impacto profundo.



Lembrei-me das profundas nuanças das belezas que eu já havia contemplado em outros países, especialmente da arte primitiva do México, do Perú e de povos indígenas do Brasil - como, os rústicos desenhos da Serra da Capivara, no Piaui, e as magníficas  cerâmicas da região amazônica.  

Na região Nordeste do Brasil, onde vivo, conhecemos a riqueza da iconografia de barro dos nossos artesãos, entre esses o grande Mestre Vitalino, e os desenhos atuais deJ.Borges - que expressam com imenso realismo a vida do povo do campo e da cidade. J.Borges foi convidado pelo escritor uruguaio Eduardo Galeano, para ilustrar o seu livro intitulado: "As Palavras Andantes". 


Assim, o encantamento da arte chinesa, em diferentes cores, e o impressionismo de Millet e Manet enriqueciam minha sensibilidade às diferentes expressões artísticas que sempre beliscam o que há de melhor em mim, e me estimulam à alegria da contemplação, presenteando-me de uma forma ou de outra com as diferentes dimensões da beleza e da arte. 









À saída do Gulbenkian, ainda consegui passear pelo seu magético parque lateral, com inúmeras nuanças de verde e de águas, ora espelho ora brancura. Em seguinda, almocei o prato turístico do restaurante local onde conheci duas simpáticas portuguesas. 










Já havia passado na Praça da Figueira, bela por si mesma e por seu entorno, especialmente pela visão do Castelo de São Jorge que dali se contempla de longe e de baixo. Ao visitar o castelo, a  impressão que se tem é de um espaço grandioso de uma beleza rústica que se impõe, inserindo-se na paisagem e na história do seu povo. Um contraste de tijolo árido e luz, a luz exterior que inunda o nosso espírito de muitas emoções...







Mais tarde estive a contemplar o mar ao lado da Torre de Belém- e a me perguntar se talvez dali havia saído uma das embarcações que  se perderam do "caminho das Indias", chegando às praias das terras de Santa Cruz. Para repousar, fui ao café que serve os famosos pastéis de Belém - esses que aqui no Brasil se busca como uma preciosidade - pois é difícil encontrar um sabor que nos remeta, um pouco que seja, àquela delicada doçura, àquele sabor único do pastel lisboense!







Visitei o Mosteiro dos Jerônimos - que apesar de ser visto a pouca luz nospermite contemplar sua maravilhosa parede de calacário e seus luminosos vitrais. Não consegui identificar alguma semelhança com o que já havia visto em outros países europeus. O teto da grande nave me fazia recordar igrejas visitadas na Toscana (Itália), que me disseram serem inspiradas ao gosto manuelino.  Ali ainda observei a beleza dos túmulos mais modernos da chamda "idade de ouro" portuguesa - Vasco da Gama e Luís de Camões, ambos ligados à história da descoberta do Brasil. 


À noite voltei à Torre de Belém para assistir um concerto de Mariza, com a "Sinfonietta de Lisboa". Para mim, um deslumbramento! Talvez o seu estilo chegue a falar um pouco do toque moçambicano de seu nascimento... O seu desempenho é muito pessoal, trazendo uma preciosa sonoridade ao fado.




No terceiro dia estive a visitar a região do Oceanário, que foi mantido na cidade após a Expô 2008, outra ocasião de uma minha visita a Lisboa. Não esqueço o deslumbramento daquele evento e o aprendizado que me trouxe, na ocasião. 



Depois sai a pessear feito um caminhante sem destino, até alcançar a Ponte 25 de Abril de onde se tem uma espetacular vista da cidade. O meu desejo era ficar mais próxima do rio Tejo  pois nas cidades por onde passo,sempre saio em busca de contemplar as águas de seus rios, e saber deles a história das pessoas que contemplam suas passageiras águas, elas também passageiras... e quase sempre turistas. Quem mais, no correr da vida intensa das grandes cidades, lembra-se de parar um pouco a ver o correr das águas, que como a vida não voltam mais a ser o que são naquele momento?

Quanto ainda teria a dizer sobre a beleza, o sabor da comida e a graça de tantos recantos que se descobrem em Lisboa! Especialmente quando se pega o bondinho, ali mesmo próximo à Torre de Belém, e segue-se arriba até o bairro Alfama, em cujas ruelas um dia descobri um restaurante que ainda voltarei a visitar! E depois descer, descer, e apear-se nas proximidades de Rocio, a caminhar e a regalar-se de muitas surpresas observando o povo a passar... Imaginando o que terá inspirado o grande poetaFernando Pessoa, ao escrever:


   

                                          Não tenho, não, já dúvida ou alegria;
                                       Mas nem regresso mais a essa dúvida
                                       Nem a essa alegria regressava,
                                       Se possível me fosse; tenho o orgulho
                                       De ter chegado aqui, onde ninguém,
                                       Nem nas asas do doído pessamento
                                       Nem nas asas da louca fantasia,
                                       Chegou. E aqui me quedo. Consolado
                                       Nesta perene desconsolação.

Deixo ao leitor o desejo de desvendar mais e mais a beleza de Lisboa - uma cidade que aprendi a amar como extensão dessa terra brasílica latino-americana. 


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Créditos imagens:   
 
1. Castelo de São Jorge - Lisboa - PT -  www.tripadivisor.com.br
2. Vista do Castelo e bondinho - Lisboa PT - www.pro2000.pt
3. Fundação Calouste Gulbenkian - www.jornalacores9.net 
4. "Bolhas de Sabão" - Edouard Manet - reprodução - pt.aliexpress.com  
5. Coleção chinesa (verde) - Foto casual - Arquivo do blog Espaço Poese.  
6. Serra da Capivara - Goiás-BR - Desenhos primitivos - www.cmfcps.artblog.com.br 
7. Jardim Fundação Calouste Gulbenkian - Foto casual - Arquivo blog Espaço Poese.
8. Praça da Figueira - Lisboa-PT - www.flicker.com
9. Torre de Belém - Lisboa-PT - Foto casual - Arquivo blog Espaço Poese.
10. Abobada Mosteiro dos Jerônimos -  Arquivo blog Espaço Poese. 
11. Expô 2008 - Lisboa - Foto casual - Arquivo blog Espaço Poese
12. Ponte 25 de  Abril - Lisboa-PT - www.pt.wikpedia.org   
13. Bairro Alfama - Lisboa-PTwww.blogrumbo.com    
              

*** Agradecimentos aos fotógrafos das imagens não creditadas, que em geral são turistas. identificados, 

Nota: As imagens publicadas neste blog pertencem aos seus autores. Se alguém possui os direitos de uma dessas imagens e deseja que ela seja removida deste espaço, por favor deixe um comentário, neste blog.
















  

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